25 abril 2024

Com reajustes, supermercados de Rio Branco limitam venda de arroz e óleo para evitar desabastecimento

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Com o alto preço do arroz e do óleo, os consumidores de Rio Branco estão limitados a comprar apenas dez quilos de arroz e cinco latas de óleo de soja nos supermercados. A medida faz parte de uma recomendação do Ministério Público do Acre (MP-AC), da Defensoria Pública (DPE-AC) e da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Acre (OAB-AC).

O documento foi enviado para Associação dos Distribuidores Atacadistas do Estado do Acre (Adacre) e Associação Acreana de Supermercados (Asas) para evitar que os consumidores estoquem os alimentos e acabem causando um desabastecimento nos mercados.

Além disso, a medida quer evitar também que com o regramento dos alimentos os preços aumentem mais ainda. A fiscalização é feita pelo Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor no Acre (Procon-AC)

A venda dos produtos não está limitada apenas para quem compra no varejo as compras no atacado também sofreram restrições. Cada consumidor só pode levar 10 fardos de arroz e cinco caixas de óleo de soja.

A autônoma Graça Pinheiro disse que a restrição vai prejudicar. Ela é dona de uma pensão há dois anos e diz gastar 110 quilos de arroz por mês. “Esse tanto a gente gasta só lá em casa. Vai prejudicar muito porque quando o movimento está bom gastamos mais que isso. Cinco quilos de arroz não é nada e do jeito que o preço está, é difícil”, lamentou.

Também dono de uma pensão, Evandro Pereira é outro que se diz prejudicado com a mudança. “Vendo dez quilos de arroz de manhã aqui. Essa medida não funciona para a gente. A gente comprava o arroz barato e dava até para tirar um lucro”, destacou.

A autônoma Francisca Marlene revelou o plano que vai colocar em prática para não fica sem os alimentos. “Vou colocar os meninos para comprar, é o jeito. Colocar cada um dez quilos. Se tiver uma promoção só pode levar um e pronto”, criticou.

Prejuízos

O defensor Celso Araújo reconhece que algumas pessoas vão se sentir prejudicadas, mas destacou que esse é um momento excepcional e de união entre as pessoas

“Precisamos unir forças para que a pandemia passe rapidamente. A fiscalização cabe às próprias associações, a de mercados e a de distribuidores atacadistas. Essa recomendação é necessária porque corre o risco de faltar na mesa dos brasileiros e os mais prejudicados são as pessoas que têm o costume de usar esses alimentos”, acrescentou o defensor.

À Rede Amazônica Acre, a promotora de Justiça de Defesa do Consumidor, Alessandra Marques, afirmou que a recomendação foi elaborada também com a participação das associações de mercados e atacadistas do estado. Segundo ela, a elevação no preços dos produtos não se trata de preços abusivos, mas da pouca oferta do mercado.

“Não se trata de uma prática de aumento infundada, é um aumento que está fundamentado na situação e movimento do mercado. A medida nesse momento é importante também com as associações de atacadistas e mercados do Acre para que a gente evite dois fenômenos: que os produtos faltem no mercado e a procura exagerada pelo estoque ocasione um aumento no preço”, justificou.

A promotora explicou que os consumidores que compram os alimentos em grandes quantias podem ir ao Ministério Público ou ligar para entender melhor e discutir a questão.

“Essa recomendação é com tom de avaliação, mas serve muito como alerta para o fato de que esses produtos podem faltar no mercado e se faltar a pensão não vai ter, realmente, como vender”, finalizou.

Colaborou a repórter Ana Paula Xavier, da Rede Amazônica Acre.

Veja Mais