28 março 2024

Nova variante do Sars-CoV-2 da África do Sul pode reduzir a eficácia da vacina

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

A nova variante do vírus Sars-CoV-2 identificada na África do Sul pode evitar os anticorpos que a atacam em tratamentos com plasma sanguíneo de pacientes previamente recuperados e pode reduzir a eficácia da atual linha de vacinas, disseram os cientistas nesta quarta-feira.

Os pesquisadores estão correndo para estabelecer se as vacinas que estão sendo lançadas em todo o mundo são eficazes contra a chamada variante 501Y.V2, identificada por especialistas em genômica sul-africanos no ano passado na Baía de Nelson Mandela.

“Esta linhagem foge completamente de três classes de anticorpos monoclonais terapeuticamente relevantes”, escreveu a equipe de cientistas de três universidades sul-africanas que trabalham com o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD) em um artigo publicado no jornal bioRxiv.

“Além disso, 501Y.V2 mostra uma fuga substancial ou completa dos anticorpos neutralizantes no plasma convalescente de pacientes de Covid-19”, escreveram eles, acrescentando que suas conclusões “destacam a perspectiva de reinfecção … e podem prenunciar a eficácia reduzida das vacinas baseadas na proteína S (ou spike, presente na superfície do patógeno e responsável por infectar as células humanas)”.

A variante 501Y.V2 é 50% mais infecciosa do que as anteriores, disseram pesquisadores sul-africanos esta semana. Já se espalhou para pelo menos 20 países desde que foi relatado à Organização Mundial da Saúde no final de dezembro.

É uma das várias novas variantes descobertas nos últimos meses, incluindo outras descobertas pela primeira vez na Inglaterra e no Brasil.

A variante é a principal causa da segunda onda de infecções por Covid-19 na África do Sul, que atingiu um novo pico diário acima de 21 mil casos no início deste mês, muito acima da primeira onda, antes de cair para cerca de 12 mil por dia.

O plasma sanguíneo convalescente de pacientes anteriores não se mostrou eficaz quando administrado a pacientes gravemente enfermos que requerem tratamento intensivo para COVID-19, mas foi aprovado em vários países como medida de emergência.

Cientistas e políticos britânicos expressaram preocupação de que as vacinas atualmente em uso ou em desenvolvimento possam ser menos eficazes contra a variante.

O jornal disse que ainda precisamos ver como as vacinas atuais são eficazes contra o 501Y.V2, o que só seria determinado por testes clínicos em larga escala. Mas os resultados mostraram a necessidade de novas vacinas serem projetadas para lidar com a ameaça em evolução.

O Globo

Veja Mais