28 março 2024

Polícia Federal prende na Capital suposto caçador de relíquias no fundo do rio Acre

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Objetos encontrados no fundo do rio têm alor históprico e são procurados por colecionadores no mercado negro da Internet

Um homem acaba de ser preso em flagrante pela Polícia Federal em Rio Branco (AC), nesta terça-feira 05/01, acusado de se apropriar e vender ilegalmente no mercado negro, relíquias arqueológicas retiradas do rio Acre, através das plataformas OLX e Facebook. A Operação que prendeu o acusado, cuja identidade não pode ser revelada em face da lei que pune a divulgação com base no princípio do abuso de autoridade, foi batizada de “Elona” – referência a um mosteiro na Grécia, que em meados do século XIX, era saqueado por ladrões que retiravam dali materiais arqueológicos e relíquias sagradas de valores históricos inestimáveis.

O homem preso em flagrante será acusado em crimes previstos, respectivamente, no artigo 63 da Lei de Crimes Ambientais (Alterar local especialmente protegido por lei, em razão de seu valor arqueológico, sem autorização da autoridade competente) e Estelionato – Art. 171, §2º, inciso I do Código Penal (Venda de materiais arqueológicos como própria).

De acordo com a Polícia Federal, as investigações foram iniciadas a partir de notícia de crimes da possível comercialização de materiais arqueológicos na internet pela plataforma “OLX e Facebook”. O investigado se auto intitulava “caçador de relíquias” e retirava do fundo do retira do Rio Acre, precisamente na altura do estirão da Gameleira, materiais arqueológicos, sem autorização para tanto, o que é proibido por lei.

A denúncia é sustentada pela divisão local do Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Turismo presente nas 27 unidades da federação, que responde pela preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro e cuja missão é proteger e promover os bens culturais do país, assegurando sua permanência e usufruto para as gerações presentes e futuras. Segundo a divisão técnica local da autarquia, os objetos e relíquias seriam “garrafas de Stoneware (Grés) do século XIX, além de garrafas de vidro provenientes da Holanda, Irlanda, Inglaterra e Portugal. São garrafas de diversos tamanhos e tipologia, que foram trazidas para a região na época da Revolução Acreana e, sobretudo, durante os Ciclos da Borracha, possuindo, portanto mais de 100 anos e, consequentemente, um grande valor histórico”.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Rio Branco/Acre na residência do investigado, onde foram localizado grande parte do material arqueológico sob investigação. Foi realizada a prisão em flagrante de um individuo na posse das relíquias. Os materiais arqueológicos resgatados foram encaminhados ao Iphan a qual fará a destinação adequada para a conservação das relíquias.

De acordo com a Polícia Federal, as investigações continuarão em andamento para identificar outros envolvidos no esquema de comercialização ilegal de relíquias arqueológicas.

O suposto caçador de relíquias não teve o nome divulgado pela Polícia Federal, mas aparece em reportagem anteriores dentro do rio Acre.

 

Por TIÃO MAIA, DO AMAZÔNIA AGORA

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