24 abril 2024

Guedes diz que erro do Fies foi ‘botar todo mundo’ na universidade

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) que, segundo ele, ofereceu bolsas de estudos em faculdades particulares “para quem não tinha a menor capacidade. Não sabia ler, escrever. Botaram todo mundo. Exageraram. Foi de um extremo ao outro”, acusou.

Ainda, sem comprovar os fatos, Guedes afirmou o filho do seu porteiro foi beneficiado pelo programa, mesmo após zerar o vestibular. “O porteiro do meu prédio, uma vez, virou para mim e falou assim: ‘Seu Paulo, eu estou muito preocupado’. O que houve? ‘Meu filho passou na universidade privada’. Ué, mas está triste por quê? ‘Ele tirou zero na prova. Tirou zero em todas as provas e eu recebi um negócio dizendo: parabéns, seu filho tirou…’ Aí tinha um espaço para preencher, colocava ‘zero’. Seu filho tirou zero. E acaba de se endereçar a nossa escola, estamos muito felizes”, contou Guedes.

Entretanto, diferentemente do que conta o ministro, o Fies exige notas mínimas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou no vestibular de cada universidade para aprovar o financiamento do candidato. Desde 2010, o programo do governo federal requer que o aluno tenha média aritmética das provas do Enem igual ou superior a 450 pontos, além de não zerar a redação.

O depoimento mentiroso do ministro foi realizado em uma reunião do Conselho de Saúde Suplementar (Consu), na terça-feira (27), quando Guedes não sabia que estava sendo gravado.

Ataque à medicina

Na reunião, além de críticas às políticas de inclusão na área da educação, Guedes também atacou os avanços da medicina e o aumento da expectativa de vida dos brasileiros, alegando que o Estado não é capaz de bancar “todo mundo que quer viver 100 anos”.

A fala foi duramente criticada nas redes sociais.

O caso ocorreu no mesmo encontro, onde o ministro insultou a China, dizendo que dizendo que o “chinês criou o vírus” e mesmo assim tem vacina menos eficaz do que os Estados Unidos. A fala chegou a gerar uma nova crise diplomática com o país asiático, que fez o ministro ter que pedir desculpas.

Quando o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que também partiviada reunião avisou a Guedes que estava sendo gravado, o economista pediu: “Só não manda para o ar, por favor”.

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