24 abril 2024

Moradora de Sena Madureira se revolta com fofocas na cidade: “Povo mal amado”

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Por Tião Maia

Terceira maior cidade do Acre, com 45.88 habitantes segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) que perde em importância econômica apenas para a Capital Rio Branco e para o segundo maior município estadual, Cruzeiro do Sul, no Vale do Juruá.

Conta a história oficial que a ocupação do município inicia-se por volta de 1878, com a chegada de brasileiros, a maioria nordestinos, visando a exploração econômica da borracha. Depois das escaramuças entre o exército seringueiro liderado por Plácido de Castro contra os bolivianos, foi sede também do Departamento do Alto Purus. Em 1908, foram instaladas na cidade várias representações de órgãos do governo federal e, com isso, Sena Madureira é a principal cidade no Vale do Purus. Durante o Ciclo da borracha, a cidade se fortaleceu, tornou-se, além de Capital, um importante centro político de todo o Acre, até então, um território do Brasil.

Mas as pessoas deixam de comentar a bela história da cidade e de seu povo para se dedicarem à vida das pessoas. Esta é a opinião de pelo menos uma das moradoras da cidade, a cabeleireira que se apresenta como Marllyzinha Souza, de 28 anos de idade, que trabalha num dos mais requisitados salões de beleza do município, o Donna Bela.

Natural de Tarauacá e morando em Sena Madureira há 13 anos, a cabeleireira tem um filho de 14 anos e acabou de separar do marido, um amigo de trabalho com o qual viveu pro três anos. A separação – embora os dois continuem amigos – deu-se faz dois meses e, segundo ela, sua vida, desde então, virou um inferno na boca do povo, principalmente de mulheres.

“Aqui é assim: se a gente separa e as pessoas logo não te veem com outro homem, na boca das pessoas a gente virou sapatão ou amante de homem casado. Se se separa e logo arranja outro é porque já tinha caso antes da separação”, disse Marllyzinha, em suas redes sociais, visivelmente revoltada. “Povo mal amado, só pode”, alfinetou.

A queixosa disse que está sozinha desde que separou e que não quer namorar ninguém tão cedo, por preferir paz e tranquilidade ao invés das complicações de relacionamentos. “Quero minha paz e viver para o meu filho, e que esse povo deixe a vida da gente”, disse.

Marllyzinha disse ainda que não é porque trabalha num salão de beleza, onde há mesmo muitas conversas sobre a vida das pessoas, que é adepta da fofoca. “No salão a gente e ouve muita coisa, mas o que é dito lá, fica por lá mesmo. É um local de muita ética profissional”, disse. “Eu só queria que as pessoas levassem isso em consideração. Porque, em relação às contas da gente, ninguém se mete na hora de pagar né? Pois eu penso que, se já que ninguém ajuda a gente, que deixe pelo menos a vida da gente em paz”, acrescentou.

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