29 março 2024

‘Nossa filha o chama todas as noites’, diz viúva do aluno morto em clube de tiro

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“Nós temos uma filha de 8 anos que chama todas as noites pelo pai dela. Sem entender, na inocência de criança, ela perguntou se poderia ‘morar com o papai’. Isso tudo traz muita dor”. O relato é da viúva de Welly Nascimento. Ele morreu dentro do clube de tiros onde era aluno em Nova Mamoré (RO), no dia 18 de setembro deste ano. Um instrutor do clube é o principal suspeito do crime.

Em entrevista à Rede Amazônica a viúva afirmou que desde a morte do companheiro, a filha deles já chegou a ser hospitalizada e que todo o processo de luto deixou toda a família desorientada.

“A partida do meu esposo foi muito precoce, ele tinha 33 anos. Minha sogra e meu sogro choram todos os dias. Meu esposo era um filho muito querido. Tudo que ele podia fazer para a família e para os amigos ele fazia. E enquanto esposo, ele era a melhor parte de mim. Estamos todos desorientados. Deixou um buraco na nossa família”, diz a viúva.

Segundo os amigos e parentes da vítima, a motivação de todos atualmente é procurar por Justiça.

Nesta semana, a família de Welly acionou o Ministério Público em Nova Mamoré e cobrou providências quanto à investigação do caso.

O MP comunicou que as informações sobre a investigação do caso já foram solicitadas à Polícia Civil. O objetivo é saber quais medidas foram adotadas até o momento pela delegacia. A promotoria diz estar acompanhando as diligências.

Outro ponto importante apontado pela família da vítima é entender qual foi a real motivação do crime.

“Eu estou fazendo o que posso para buscar Justiça pela vida do meu esposo. A gente nem tinha recebido o corpo do meu marido para velar e o assassino já tinha sido solto. Estamos com medo porque ele está na rua solto, andando, como se não tivesse feito nada. O que queremos das autoridades é que eles façam Justiça”, disse a viúva.

Entenda o caso

Welly Nascimento, de 33 anos, morreu dentro do clube de tiros onde era aluno em Nova Mamoré, interior do estado de Rondônia. Um instrutor do clube é o principal suspeito do crime.

Segundo a Polícia Civil, o treinador disse que agiu em legítima defesa, após o aluno ter tentado tomar sua arma de fogo. A família da vítima não acredita nessa versão.

Um outro associado do clube estava no local no momento dos tiros, mas afirma que não chegou a presenciar a cena. De acordo com o relato dele à polícia, Welly foi até a sala do instrutor, fechou a porta e momentos depois a testemunha diz que ouviu os disparos de arma de fogo.

Após os depoimentos iniciais, o suspeito do crime foi liberado. De acordo com a polícia isso aconteceu, pois “como apenas os envolvidos estavam presentes na sala em que os disparos aconteceram, não há como afirmar, por hora, se o agente teria agido em total legítima defesa ou se ele teria condições de agir de forma diversa, evitando possíveis excessos”.

Segundo a delegada que recebeu o caso, o suspeito foi liberado inicialmente, “já que os fatos devem ser melhor apurados por meio de uma investigação mais detalhada”. Outras pessoas devem ser ouvidas e a polícia também confirmou que vai realizar exames periciais nos celulares dos envolvidos.

As imagens das câmeras de monitoramento do clube de tiro e da residência da vítima também devem passar pela perícia policial.

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