O deputado estadual Daniel Zen (PT-AC) celebra o adiamento da aplicação das provas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), anunciado pelo Ministério da Educação, como uma conquista da sociedade. O parlamentar é presidente da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale) e esteve reunido com o Ministro da Educação, Abraham Weintraub nesta semana, debatendo sobre o adiamento.
“Apesar da difusão das ferramentas e tecnologias de Educação à Distância (EaD), milhões de alunos do Ensino Médio das redes públicas estaduais e municipais de Educação Básica não têm acesso à internet ou sequer possuem computadores ou smartphones para acessá-la. Nesse sentido, tais alunos estarão em extrema desvantagem em relação aos demais, em razão da suspensão das aulas, medida esta essencial para o combate e enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Sendo assim, o adiamento do Enem é um verdadeiro imperativo de justiça social”, afirmou Zen.
Na reunião, foi apresentado ao ministro alguns dados que demonstravam a importância da decisão. Por conta da paralisação das escolas devido à pandemia da covid-19, diversos alunos seriam prejudicados, principalmente os de baixa renda, uma vez que 58% dos domicílios no Brasil não têm acesso a computadores e 33% não dispõem de internet, segundo o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). De acordo com dados do jornal O Globo, apenas 57% dos cerca de 7,4 milhões de estudantes do ensino médio estão tendo acesso a algum tipo de aula online.
O parlamentar acreano acrescenta ainda que, “mesmo dentre aqueles que têm algum tipo de acesso à internet, na maioria das vezes o sinal não e bom ou o pacote de dados não é grande o suficiente para fazer download ou assistir à video-aulas em streaming. Isso demonstra que não basta ter acesso a internet: ela tem de ser de qualidade e sem limitação de quantidade de dados.”
Além da Unale, diversas entidades se manifestaram contrárias ao calendário do Ministério da Educação, entre elas, a UNE (União Nacional dos Estudantes, Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), que consideram que manter a data do exame para novembro agrava desigualdade entre candidatos. Além disso, o Senado aprovou na terça-feira, 19, a suspensão das provas do Enem em razão do estado de calamidade pública.
Participaram da reunião com o Ministério da Educação a presidente da Unale, deputada Ivana Bastos (PSD-BA); a secretária da Unale na Bahia, deputada Fabiola Mansur (PSB) e o deputado federal Ronaldo Santini (PTB-RS).
Assessoria