Polícia conclui: deputada Flordelis é mandante da morte do marido
O Globo
As investigações sobre a morte do pastor Anderson do Carmo concluíram que sua viúva, a deputada federal Flordelis (PSD-RJ), foi a mandante do assassinato, diz a Polícia Civil. Ela foi denunciada à Justiça por cinco crimes. Nesta segunda-feira, equipes da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI) e do Ministério Público Estadual do Rio prenderam nove envolvidos no assassinato. Quatro filhos do casal foram presos em casa, em Pendotiba, Niterói, na Região Metropolitana. A ação desta segunda-feira foi chamada de Operação Lucas 12. Flordelis chorou na chegada da polícia.
— Ela foi surpreendida com a nossa chegada. Chorou um pouco. Tem muita gente dentro da casa. O importante é que as prisões foram cumpridas e a investigação chegou ao fim hoje — disse o delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, chefe do Departamento de Homicídios, em entrevista ao “Bom Dia Rio”.
Flordelis não pôde ser presa na operação por ter foro privilegiado. Antônio Ricardo disse que encaminhou o caso para instâncias superiores, o Superior Tribunal de Justiça:
— O parlamentar tem a sua imunidade. Ele só pode ser preso em flagrante, por crime inafiançável. Então, ela responderá pelo crime, como mandante. E nós também pedimos medidas cautelares — destacou o delegado.
O delegado frisou que não há dúvidas de que a deputada planejou o assassinato por questões financeiras.
— A investigação chegou a esta conclusão: que ela planejou esse assassinato covarde. Motivação é porque ela estava insatisfeita com a forma que o pastor Anderson tocava a vida e fazia a movimentação financeira da família — disse Antonio Ricardo.
Segundo a Polícia Civil, Flordelis foi indiciada por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada. A DHNSGI encaminhará para a Câmara dos Deputados uma cópia do inquérito com o resultado da investigação, para que sejam adotadas as medidas administrativas cabíveis. O procedimento poderá levar ao afastamento da parlamentar para que ela responda pelo crime na prisão.