A polícia conseguiu prender novamente o principal suspeito de matar a jovem Rosiane Martins Cavalcante, de 26 anos, em setembro do ano passado, em Rio Branco. Rodrigo Duarte Gomes, de 24 anos, foi localizado em uma comunidade ribeirinha do município de Porto Walter às margens do Rio Grajaú, no interior do Acre.
A prisão dele ocorreu cinco meses após ele ter sido solto da Delegacia de Flagrantes de Rio Branco, após a polícia se atrapalhar com uma decisão judicial. Desde então, ele era procurado, mas conseguiu fugir da capital para Cruzeiro do Sul e de lá foi para zona rural de Porto Walter.
Rosiane foi achada morta dentro de uma cisterna na Travessa JK, no Bairro Eldorado, em Rio Branco. Ela estava com um fio enrolado ao pescoço e a blusa no rosto. A suspeita é de que a vítima foi morta por asfixia.
Ao tomar conhecimento do paradeiro de Gomes, a polícia montou cerco na área, que é de difícil acesso, e conseguiu localizar e prender o homem. Além da suposta participação na morte da jovem, ele também tinha um mandado de prisão em aberto pelo crime de roubo. Após a prisão, o suspeito foi levado para a delegacia de Porto Walter e deve ser transferido para a penitenciária de Cruzeiro do Sul.
Depois que foi preso pela morte da jovem em setembro de 2020, o homem já tinha conseguido fugir da delegacia de Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic), após fazer um buraco na cela. Ele também tinha fugido em maio do ano passado do Complexo Penitenciário de Rio Branco, quando oito presos deixaram a unidade após fazerem um buraco na cela.
O suspeito, que cumpria um mandado de prisão temporária pela morte da jovem, tinha sido levado para a Delegacia de Flagrantes de Rio Branco (Defla) depois de danificar, pela segunda vez, uma cela da delegacia da 1ª Regional. Ele passou por uma audiência de custódia pelo crime de dano ao patrimônio, onde o juiz decidiu pela liberdade provisória.
O Ministério Público também se manifestou pela liberdade provisória no caso do crime de dano. No entanto, a polícia soltou o homem sem considerar que ele estava preso temporariamente pelo crime de homicídio.
Na época, o delegado-geral de Polícia do Acre, Josemar Portes, informou que a Corregedoria informou que iria apurar se houve algum tipo de erro por parte da polícia. Nesta sexta-feira (26), Portes disse que não tinha conhecimento se a investigação tinha sido concluída. O G1 não conseguiu contato com o corregedor, delegado Fabrízzio Sobreira.
Ainda na época, o Tribunal de Justiça afirmou que a decisão de liberdade provisória na audiência de custódia foi com relação ao crime de dano ao patrimônio e nada tinha a ver com a prisão temporária pelo crime de homicídio. Segundo a Justiça, a delegacia deveria ter consultado o sistema para checar se o suspeito cumpria alguma outra medida.
Logo após perceber a situação, a polícia começou a fazer buscas pelo suspeito, que não foi mais localizado na capital.
O delegado responsável pelo caso, Ricardo Casas, contou que o suspeito tinha um relacionamento amoroso com a vítima, mas não era namorado. Nesta sexta (26), o delegado informou que o inquérito está praticamente concluído e que o homem foi indiciado pelo crime de feminicídio.
Sobre a motivação, Casas afirmou que em seu depoimento, o preso ficou jogando a culpa do crime na vítima e que, portanto, não ficou muito clara a motivação real.
Após matar a mulher, o suspeito ainda teria feito uma mudança com as coisas dela. Rosiane revendia produtos de beleza, roupas, lençóis, perfumes e essas coisas foram achadas com o suspeito.
Por Iryá Rodrigues