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Operação da Polícia Federal investiga desvio de recursos públicos de quase R$ 25 milhões da prefeitura de Cruzeiro do Sul

Uma operação da Polícia Federal na manhã desta terça-feira (25) cumpriu 42 mandados judiciais nas cidades de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, e na capital acreana Rio Branco. Além do Acre também foram alvos da operação as cidades de Manaus (AM), Brasília (DF), Pindamonhangaba (SP), São José dos Campos (SP), Salvador (BA) e Serrinha (BA).

As ações fazem parte da operação “Jumper”, que investiga supostos desvios de recursos públicos, nos quais dois termos de colaboração firmados pela Prefeitura de Cruzeiro do Sul com a Fundação Cultural e de Comunicação Valença (FCCV), envolveu o repasse de aproximadamente R$ 25 milhões.

Ao G1, a assessoria de comunicação da prefeitura de Cruzeiro do Sul informou que ainda não sabe o teor das investigações e que a PF não esteve em nenhum dos prédios da prefeitura e que assim que tiver conhecimento, deve se manifestar sobre a operação. O G1 também entrou em contato com a FCCV e aguarda resposta.

De acordo com a investigação, os desvios ocorriam por meio de notas fiscais fraudulentas emitidas por empresas indicadas por agentes políticos e integrantes do esquema criminoso, e figuravam como prestadoras de serviços, sem que houvesse uma contraprestação legítima. Nos últimos anos, em outros estados, a FCCV recebeu cerca de R$ 90 milhões.

O objetivo da operação é desarticular supostas organizações criminosas que praticavam crimes de peculato, corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, dentre outros. Além de coletar provas que possam comprovar ou mesmo alterar as hipóteses criminais apontadas nas investigações.

Segundo a Polícia Federal, os mandados foram expedidos pela Justiça Federal, em Cruzeiro do Sul, sendo 29 de busca e apreensão, quatro de prisão, oito de sequestro de bens móveis e um mandado de afastamento cautelar do cargo público. Além disso, foram bloqueados os ativos financeiros dos principais envolvidos no valor de aproximadamente R$ 6 milhões.

A operação Jumper foi nomeada desta forma devido a palavra, em inglês, que significa saltador, o que remete ao modus operandi da organização criminosa investigada, que “salta” de município para município, estado para estado, na tentativa de envolver agentes políticos e servidores à organização e, com isso, ampliar o montante de recursos públicos que poderá ser desviado, ocultado, dissimulado e movimentado em prol de seus membros.

G1AC