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Caso Flordelis: Cadeia onde pastora está presa tem vagas sobrando, ao contrário das prisões superlotadas do estado

O Instituto Penal Santo Expedito, para onde a ex-deputada Flordelis dos Santos de Souza foi levada no último sábado, após ter sido presa, conta atualmente 630 presas e possui capacidade para 704. A unidade prisional localizada em Bangu, na Zona Oeste do Rio, tem vagas sobrando, situação pouco comum no superlotado sistema carcerário do estado. O EXTRA obteve fotos do interior da cadeia com exclusividade.

O instituto penal é destinado para pessoas presas provisoriamente, ou seja, que não possuem condenação definitiva, como é o caso de Flordelis, acusada de ser mandante da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo. A cadeia foi inaugurada em dezembro de 2019 pelo então governador do Rio Wilson Witzel e conta com salão de beleza e igreja, ambos desativados provisoriamente em razão da pandemia do novo coronavírus. Antes, o local abrigava uma unidade para menores infratores.

O instituto penal é composto por dois pavilhões, identificados pelas letras A e B. Cada um deles possui local próprio para banho de sol, onde as presas permanecem por duas horas por dia. Flordelis está no pavilhão B, na galeria 5, onde há duas celas.

Segundo relatório da Defensoria Pública do estado do Rio, produzido após vistoria realizada no dia 13 de julho deste ano e ao qual o EXTRA teve acesso, o pavilhão B ostenta melhores condições de conservação por ter sido recentemente reformado.

No presídio, há ainda um estabelecimento de ensino em funcionamento, o Colégio Estadual 1º Tenente PM Haílton dos Santos, voltado aos ensinos fundamental e médio, além de projeto de diminuição da pena pela leitura de livros.

No pavilhão A da unidde estão a neta de Flordelis, Rayane dos Santos Oliveira e Andrea dos Santos Maia, mulher de um ex-policial militar acusada de envolvimento em um plano para atrapalhar as investigações da morte do pastor Anderson. Rayane também é acusada de envolvimento no assassinato do avô.

Em decisão na última sexta-feira, a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, determinou que Flordelis deveria ficar em unidade prisional diferente de outras rés do mesmo processo respondido por ela.

No último sábado, o secretário de Administração Penitenciária, Raphael Montengro, informou a magistrada por e-mail sobre a impossibilidade de manter Flordelis separada, uma vez que a Região Metropolitana do Rio conta apenas com três cadeias para as quais a ex-deputada poderia ser transferida. Nas outras duas, estão presas duas filhas de Flordelis.

Em razão da situação, Montengero questionou Nearis sobre a necessidade de transferir uma das acusadas para um presídio em Campos dos Goytacazes, no interior do Rio. O advogado Angelo Máximo, que atua no processo criminal representando o pai de Anderson do Carmo, pediu à juíza que Flordelis seja levada para a unidade de Campos. A magistrada ainda não se posicionou sobre uma transferência da pastora ou de outra acusada para o interior.