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Em meio a protestos, governador participa da solenidade que marca 119 anos da Revolução Acreana

A solenidade que celebra a data de início da Revolução Acreana, em 6 de agosto de 1902, foi marcada por protesto na manhã desta sexta-feira (6). O ato ocorreu em frente ao Mercado Municipal do Bairro 6 de Agosto e contou com a presença do governador Gladson Cameli e outras autoridades do estado e apresentação dos militares. Os aprovados no cadastro de reserva da Polícia Civil usaram cartazes para exigir convocação.

A gente teve uma mobilização em maio com sinalização do governador e de sua equipe de que a nossa convocação seria até fevereiro. Depois da nossa saída a gente entendeu que estaria em andamento e para nossa surpresa na terça-feira (3), dizendo que não há cadastro de reserva e que não vai convocar”, disse o representante da comissão, Valter Frank.

Com a informação, o grupo questiona o governador e afirma que o edital prevê a formação do cadastro de reserva. “Todo concurso policial tem formação de cadastro de reserva e, diante disso, ao invés de fazer academia até fevereiro, temos a informação que não vai ter, então estamos cobrando uma retratação da nota.”

O governador disse que o protesto faz parte da democracia e que são jovens com o direito de protestar. Além disso, ele questionou se existe cadastro de reserva.

“Eles fizeram seu concurso público, estão há mais de três anos esperando para que possam ser chamados. Não posso sair resolvendo os problemas da noite para o dia de tudo que recebemos do estado. Mas, eu e minha equipe estamos trabalhando para que, no momento oportuno seja cumprido, e eles sabem disso, porque já conversei, já expliquei e dei até previsões. Infelizmente estou com as mãos atadas porque tenho uma lei de responsabilidade e não posso comprometer a folha de pagamento, mas no momento oportuno, nós vamos convocar. Cadastro de reserva para a Polícia Civil, conforme a lei, será que realmente existe? Essa é a pergunta que fica”, questiona.

A solenidade

A história da Revolução Acreana, contada em trechos no hino do estado, é formada por imigrantes nordestinos e heróis como Plácido de Castro, que liderou o movimento, e o Barão do Rio Branco, que negociou a anexação acreana junto ao governo boliviano. Com um número reduzido de pessoas, a solenidade marca as comemorações dos 119 anos do estado independente.

“Mesmo com todo esse momento difícil que o mundo atravessou, isso também representa o simbolismo da determinação, da coragem, da força. E nós acreanos somos um povo que lutou para ser brasileiro e cabe a nós; representantes, sociedade, a não somente cuidarmos de datas como esta, mas sabermos que fazemos parte da história”, disse o governador Gladson Cameli.

A saga dos aprovados

Os aprovados no cadastro de reserva acamparam em frente à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) em maio deste ano e ficaram mais de 10 dias no local. O grupo fez um ato em frente ao Palácio Rio Branco, no Centro, para pedir a convocação para o governador Gladson Cameli. Depois de uma conversa com o governador, o grupo deixou o local.

A convocação do cadastro de reserva era uma das promessas de Cameli, que nas eleições afirmou que iria convocar de imediato todos os candidatos que passaram nos últimos concursos da polícia e abrir um novo concurso.

Em abril de 2019, o governador convocou 500 aprovados nos concursos públicos das polícias Militar e Civil do Acre. Em junho do ano passado, 62 novos servidores na Polícia Civil foram empossados, sendo sete delegados, 11 escrivães, 39 agentes e 5 auxiliares de necropsia.

Em 2017, o concurso da Polícia Civil também era para preenchimento de 250 vagas. Os salários variavam de de R$ 3.007,78 a R$ 15.378,00. O processo seletivo teve 7.652 pessoas inscritas, segundo a Secretaria de Gestão Administrativa (SGA).

Das vagas, 176 eram para o cargo de agente de Polícia Civil, 20 para auxiliar de necropsia, 18 para o cargo de delegado de Polícia Civil e outras 36 vagas para escrivão. Todos os cargos eram para o nível superior, sendo que para delegado, o candidato tinha que ser formado no curso de direito e ter, no mínimo, três anos de atividade jurídica ou policial.