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No AC, economista larga carreira e investe em acessórios feitos de crochê com fios de malha de resíduos têxteis

Encontrar uma forma de se reinventar, ganhar dinheiro para sustentar a família em meio à pandemia. Esse foi o pontapé inicial para que a economista e microempreendedora Amanda Leão, de 44 anos, começasse a pensar em investir em um novo desafio: criar acessórios feitos de crochê com fios de malha a partir de resíduos têxteis.

Para isso, Amanda conta que resolveu utilizar o upcycling, uma alternativa sustentável para criar e transformar peças utilizando material que seria descartado para criar algo novo. Diferente da reciclagem, que utiliza resíduos para transformar algo em um produto de baixo custo, a ideia da técnica é agregar valor ao novo produto confeccionado. Tudo isso é feito a partir da sustentabilidade.

O primeiro passo foi saber como iria fabricar as peças. Aí veio a ideia de utilizar o crochê moderno e fabricar acessórios coloridos, diferenciados e que chamassem atenção dos futuros clientes. A economista conta que precisava pensar em algo que desse dinheiro, mas que fosse sustentável.

“Bom, eu sou mãe solo, então, tudo começou porque tive minha filha e deixava ela com babá. Mas, não estava dando muito certo, porque ela estava magrinha, não se acostumava, aí pensei que precisava de um trabalho que eu pudesse ficar mais com ela. Pensei: ‘o que eu sei fazer?’. Aí lembrei que quando era pequena fazia roupas para mim, e sabia fazer tricô, então, fui atrás de uma matéria-prima que eu pudesse usar para fabricar acessórios, aí resolvi testar o crochê, e fui na pegada do crochê moderno.”

Amanda fala que usar fios de malha, além de agregar beleza nos acessórios que fabrica ainda ajuda a preservar o meio ambiente.

“A reciclagem é uma tendência quase que mundial, você transformar uma coisa que ia ser jogada no lixo em peças e agora, além de chaveiros, kits de escritório, agora estou fazendo bolsas, eu amo essa técnica. Usando os fios de malha tanto para quem faz quanto para quem compra é uma alternativa mais sustentável e aí a agente acaba tendo um consumo consciente”, acrescenta.

A microempreendedora lembra que as primeiras peças com fios de malha que fez foram uns sousplats que uma amiga pediu que ela fizesse.

“Quando comecei, já me apaixonei. É muito bom tecer com o fio de malha, além disso, como eu falei, tem essa pegada do crochê moderno, diferente do crochê da vovó.”

Hobby que virou profissão

A ideia de montar a lojinha virtual e fabricar as peças de crochê com fios de malha surgiu durante a pandemia, quando Amanda ficou sem emprego. Em maio deste ano ela conta que postou as primeiras peças e diz que a aceitação foi boa. O preço das peças varia de R$ 30 a R$ 230.

“Sou economista, saí do trabalho aí fui trabalhar como maquiadora e como animadora de festa. Só que veio a pandemia e essas duas atividades ficaram 100% paradas. Durante a pandemia, antes de começar a fazer os acessórios de malha, eu conseguia me sustentar com uma renda que eu recebo, mas eu precisava de algo mais. Quando fiquei em casa pensei em uma alternativa e resolvi investir no crochê”, acrescenta.

Hoje, Amanda fala que gosta do que faz e que pretende expandir seus negócios. “Quero futuramente ter uma marca de bolsas artesanais. Por enquanto tenho uma loja virtual de onde eu tiro o meu sustento, mas as vendas estão boas, as pessoas gostam dos produtos que eu fabrico e eu sou muito agradecida.”

Amanda deixa um recado a todas as mulheres que querem se aventurar a empreender.

“Eu usei meu hobby e transformei em profissão. Amo fazer crochê, é minha terapia, então, deu certo”, finaliza.

Por Janine Brasil, g1 AC