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“Não comemoro a suspensão de recursos para o Acre e sim a suspensão de um dos maiores esquemas de corrupção da história”, diz Zen

O deputado Daniel Zen (PT), acusa o governador Gladson Cameli (PP) e o senador Márcio Bittar de distorcerem as coisas, menosprezando a inteligência dos eleitores. Zen refere-se a suspensão do pagamento das emendas do chamado orçamento secreto ou emendas de relator de mais de R$ 18 bilhões. A suspensão do pagamento foi decidida pelo STF.

Via Twitter, o deputado Daniel Zen pontuou: “O Governador Gladson Cameli e o senador Márcio Bittar me acusam de “comemorar” o que eles chamam de “veto” à transferência de recursos para o Acre. “Me assusta o intuito dessa gente de distorcer as coisas. Eu jamais comemoraria a suspensão de repasses de recursos para o Acre. O que celebrei foi a suspensão de um dos maiores esquemas de corrupção da história da República: as tais emendas extra orçamentárias, do tal orçamento paralelo (secreto), usado para comprar apoio parlamentar nas votações de interesse do governo de Jair Bolsonaro. Só isso! Ou alguém acha normal que os deputados federais e senadores disponham, cada um deles, de R$ 24 milhões por ano em emendas parlamentares e outros, “amigos do Rei”, disponham de centenas de milhões? Tem algo de errado aí, não? É disso que se trata e que é celebrado por eles, com orgulho! A destinação de emendas fora dos critérios legais.”

Exemplo: “Apenas para a Santa Casa de RBR, um hospital PRIVADO, o senador destinou R$ 126 milhões. Mas, como, se um senador só dispõe de R$ 24 milhões por ano?. Eu quero mais é que venham muitos recursos para o Acre! Mas, que venham pelas vias legais, corretas, republicanas. Não para alimentar os supostos esquemas de políticos e de seus pré-candidatos”.

O parlamentar marcou o governador e o senador num claro desafio.

Especialistas ouvidos pelos deputados federais destacaram a falta de transparência e o uso político desses recursos públicos. O fundador da Associação Contas Abertas, Gil Castelo Branco, percebeu valores atípicos de empenho orçamentário em outubro, sobretudo nos dias próximos à votação da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados. “Foram quase R$ 3 bilhões empenhados naquele mês, enquanto o maior valor mensal, até então, não tinha passado de R$ 1,9 bilhão. Só nos dias 28 e 29 de outubro, os empenhos chegaram a R$ 909 milhões, segundo Gil Castelo Branco.“Os fatos saltam aos olhos. Acompanho o orçamento público há quase 40 anos e nunca tinha visto, até então, um instrumento tão promíscuo no relacionamento entre Executivo e Legislativo como foi essa situação das emendas de relator”.

Gil Castelo Branco elogiou a decisão do STF.