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Polícia já identificou 30 integrantes de quadrilha responsável por fraudes bancárias

A Polícia Civil identificou pelo menos 30 integrantes da quadrilha que, em pouco mais de um ano, movimentou cerca de R$ 13 milhões obtidos com fraudes bancárias no Rio. O dinheiro era´ desviado de contas de idosos e de pessoas que movimentavam altas quantias em aplicações. Segundo o delegado Gabriel Poiava, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), entre os que fazem parte do bando estão dois homens encarregados de liderar e planejar ações do grupo. Há ainda um sargento da PM, um capitão, um policial civil e dois gerentes de banco. Todos fazem parte de uma lista de 15 pessoas que tiveram as prisões preventivas determinadas pelo Tribunal de Justiça do Rio.

De todos os citados, o oficial da PM era o único que continua foragido. Ele não havia sido encontrado até a tarde desta quinta-feira, dia 4. Pelo menos nove pessoas foram presas; 17 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Na casa de um dos suspeitos a polícia chegou a apreender uma mineradora de bitcoin, uma espécie de computador adaptado para obter a criptomoeda. Ela foi apreendida no Rio, na casa de um dos integrantes da organização criminosa. Um carro Range Rover blindado, avalaliado em torno de R$ 380 mil e que pertence a Eduardo da Costa Ferreira, o Frango, apontado como um dos chefes da quadrilha, também foi apreendido. Frango foi detido numa mansão em Camboinhas, na Região Oceânica de Niterói, Região Metropolitana do Rio. De acordo com o delegado Gabriel Poiava, o grupo era muito bem estruturado e dividia suas tarefas criminosas entre os seus integrantes.

A quadrilha tinha uma estrutura muito bem definida com divisão de tarefas. Existiam pessoas que sacavam cheques falsificados e existia parte da quadrilha que usava softwares (importados) para agilizar a liberação dos cartões clonados. Eduardo da Costa Ferreira e Max William Gonçalves Campos (preso no resort em Porto das Galinhas, Pernambuco) eram os chefes do grupo e são na verdade os autores intelectuais que planejam as ações. Eles conseguiam a participação dos gerentes que indicavam as potenciais vítimas. Já os policiais tinham tarefas secundárias como auxiliar no transporte do dinheiro — disse o delegado.

Segundo o delegado, a investigação vai tentar agora identificar mais integrantes do bando.

— Já identificamos 30 pessoas. Espero com as oitivas esclarecer alguns pontos e identificar novos integrantes — disse.

De acordo com a polícia, o bando agia a partir de informações repassadas pelos gerentes. Eles são suspeitos de apontar ao grupo pessoas que movimentavam altas quantias em aplicações ou em contas. A partir daí, o bando conseguia desviar talões de cheque de correntistas e fazia saques. Em outra frente, a quadrilha usava um software para clonar cartões e fazer compras em empresas de fachada que pertenciam a pessoas da quadrilha ou estavam em nome de laranjas. A investigação começou a ser feita em janeiro de 2020.