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Doria e Moro selam pacto de não agressão, mas mantêm desejo de liderar chapa em 2022

BRASÍLIA E RIO — A tentativa de viabilizar candidaturas ao Planalto contra o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) levou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) a firmarem um pacto de não agressão pelos próximos meses — o acordo foi celebrado em encontro na quarta-feira, em São Paulo, como adiantou Lauro Jardim. Embora estejam com diálogo aberto, a meta de unificar a terceira via em torno de um nome competitivo nas eleições do ano que vem enfrenta dois obstáculos: ambos, neste momento, não abrem mão de encabeçar a chapa presidencial, e Ciro Gomes (PDT), outro pré-candidato, vem subindo o tom das críticas a Doria e Moro.

O governador e o ex-magistrado combinaram uma nova conversa para a segunda quinzena de janeiro. Os dois acreditam que o cenário estará mais claro entre março e abril, período em que decisões serão tomadas por outros partidos,como o PSD, que abriga o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG); o União Brasil, do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta; o MDB,da senadora Simone Tebet (MS); e o Cidadania, do senador Alessandro Vieira (SE). As quatro siglas já sinalizaram que podem lançar nomes ao Planalto, o que dificulta ainda mais a formação de uma terceira via.

O único caminho de sobrevivência para Moro e Doria é estarem juntos na eleição. Já o Ciro não tem com quem se aliar para fazer dobradinha, por isso atira para todos os lados — diz o cientista político Josué Medeiros, da UFRJ.