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Gilmar Mendes liga o assassinato de Moïse à milícia e à ‘invisibilidade do controle armado’

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes usou as redes sociais para se manifestar sobre o assassinato do congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos. Ele associou o crime “ao poder paralelo do estado e a invisibilidade do controle armado”.

“A ocupação irregular de áreas estratégicas por grupos de milícias está por trás da crise da segurança pública. O MPRJ e o MPF precisam avançar nessa área. O caso Moïse traça suas raízes no poder do Estado paralelo e na invisibilidade do controle armado”, postou o ministro na noite deste domingo (6).

O congolês foi vítima da sequência de agressões no dia 24 de janeiro, segundo a família, após ter cobrado dois dias de pagamento atrasado. O corpo dele foi achado amarrado em uma escada.

Para a polícia, entretanto, a confusão e, em seguida, o espancamento não aconteceram por conta da suposta dívida. A motivação do crime ainda é investigada por policiais da Delegacia de Homicídios da Capital.

Atualmente, três agressores flagrados pelas imagens de uma câmera de segurança do quiosque Tropicália, na Barra, estão presos pelo crime. A polícia, a princípio, os indiciou por homicídio duplamente qualificado.

As imagens mostram que Moïse recebeu ao menos 30 pauladas dos agressores — parte delas enquanto estava imobilizado no chão, sem chance de defesa.

Uma testemunha que viu o espancamento de Moïse contou que os agressores disseram para ela não olhar porque o homem que estava apanhando com um porrete de madeira era um assaltante.

Ela disse ainda que os autores mentiram para os socorristas, afirmando que o corpo já estava no local do crime.