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Homem que deu chave de perna em congolês diz ter ‘consciência tranquila’

Preso temporariamente por participar do espancamento que matou o congolês Moïse Mugenyl Kabagambe, Brendon Alexander Luz da Silva, de 21 anos, afirmou em depoimento à Polícia Civil que está com a “consciência tranquila”. As informações são do Uol.

De acordo com o jovem, ele é quem aparece nas imagens dando uma “chave de perna” no congolês, enquanto outros dois homens o agrediam. Além de Brendon, outras duas pessoas que confessaram ter participado do espancamento foram presas: Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Fábio Pirineus da Silva.

Aos policiais que investigam o caso, Brendon afirmou que “apenas” segurou Moïse, “sem tê-lo estrangulado” e que, por isso, “tem a consciência tranquila”.

No entanto, as imagens, registradas por uma câmera de segurança do quiosque Tropicália, mostram que, após o congolês ser imobilizado, Brendon o amarra com um tipo de corda, enquanto os agressores continuam batendo na vítima.

Ainda segundo o depoimento, Brendon justificou que agiu para defender outro funcionário do quiosque. Ele diz que estava no quiosque vizinho conversando com Aleson e uma das responsáveis pelo estabelecimento. Durante a conversa, ele ouviu uma confusão no Tropicália e foi até lá.

Também no depoimento, Brendon tentou afastar a hipótese de racismo e xenofobia no crime, alegando que é praticante de candomblé. Ele destacou que a religião vem da África, mesmo continente do qual Moïse emigrou para o Brasil, em 2011.

Prisão temporária

Na quarta-feira (2), a Justiça decretou a prisão dos três homens envolvidos no espancamento e na morte de Moïse. O crime ocorreu no dia 24, no quiosque Tropicália na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. A ordem de prisão foi dada pela juíza do Plantão Judiciário, Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz.

A prisão temporária de Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o “Dezenove”; Brendon Alexander Luz da Silva, o “Totta”; e Fábio Pirineus da Silva, o “Belo”, foi pedida ontem pela Polícia Civil ao Ministério Público. Segundo o titular da Delegacia de Homicídios da Capital, Henrique Damasceno, eles responderão por homicídio duplamente qualificado.

As imagens do quiosque mostram que três homens participaram da sessão de violência contra Moïse, que foi brutalmente agredido a pauladas, após o início uma aparente discussão. As circunstâncias da briga ainda estão sendo apuradas pela polícia.

Parentes do congolês sustentam que ele tinha ido ao local cobrar uma dívida. Já os agressores afirmam que ele havia iniciado uma briga dentro do estabelecimento.