O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, colocou o país à disposição para mediar negociações em busca de paz entre a Rússia e a Ucrânia, ao conversar hoje com o presidente russo, Vladimir Putin, informou o Kremlin. Segundo o governo em Moscou, a conversa foi uma iniciativa dos israelenses.
De acordo com a declaração russa, Putin falou para Bennett que a Rússia havia uma delegação na cidade de Gomel, em Belarus, pronta para negociar com as autoridades da Ucrânia, mas o lado ucraniano “não teria aproveitado a oportunidade, mostrando incoerência”.
Essa narrativa de eventual recusa em dialogar tem sido rebatida de forma veemente pela Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmava se manter aberto a conversas em locais que não demonstrassem agressões ao seu país. Mais tarde, foi anunciado que o governo da Ucrânia concordou em ir até a fronteira do país com Belarus para negociar um possível cessar-fogo com a Rússia.
O anúncio, confirmado pela AFP, acontece poucas horas depois de Zelensky criticar a escolha por Minsk, capital bielorrussa, para sediar o encontro entre as partes. Não há informações sobre o envolvimento de Israel nesse encontro.
“A delegação ucraniana se reunirá com a [delegação] russa, sem estabelecer condições prévias. na fronteira ucraniana-bielorrussa, na região do rio Pripyat”, anunciou a Presidência da Ucrânia em uma rede social. Ainda segundo o governo ucraniano, o ditador de Belarus, Aleksander Lukashenko, “assumiu a responsabilidade de garantir que todos os aviões, helicópteros e mísseis que estão em território bielorrusso permanecerão no solo durante a viagem, a reunião e o retorno da delegação ucraniana.”
A guerra entre Rússia e Ucrânia chegou hoje ao quarto dia, com russos avançando sobre Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana. Belarus teve um papel importante no início da guerra, que tem o apoio do governo bielorrusso.