Regina Amélia de 35 anos. Recebe um salário por mês trabalhando numa empresa terceirizada. O marido está desempregado. O casal tem três filhos com idades entre 10 e 4 anos espera o quarto bebê para o início de março. Os três filhos são autistas, como provam os laudos neurológicos.
Apenas o filho mais velho recebe um benefício. A dificuldade de manter três filhos autistas e sobreviver com um salário mínimo mensal, levou à luta do casal por uma laqueadura, assim que descobriram que um quarto filho estava a caminho. Entretanto as tentativas juntos a Secretaria de Saúde do Estado e direção da maternidade esbarraram em impedimentos.
“Eu queria uma cesariana e no mesmo procedimento uma laqueadura, mas o planejamento familiar não me autoriza a fazer a laqueadura no parto. A resposta deles é que não me encaixo na Lei”, lamenta Regina Amélia.
A alternativa dada a ela, foi mais um parto normal e o retorno posterior para realizar a laqueadura, o que dificulta ainda mais a vida da mãe que terá que se afastar novamente do trabalho para fazer o procedimento. Vale ressaltar que a licença maternidade é de 4 meses.
“Isso é desumano. Ninguém consegue se colocar no lugar dessa mãe que com um salário mínimo mantém três filhos autistas e que tem mais um filho a caminho? Que planejamento familiar é este ?”, revoltou-se a enfermeira da maternidade Bárbara Heliodora ao saber da situação. A pedido dela não divulgaremos o nome.
“Por favor, alguém me ajude. Não sei mais a quem apelar. Só quero que meu filho nasça através de uma cesariana para que eu possa fazer uma laqueadura e não precisar ser internada de novo. Não é possível que ninguém consiga me ajudar nesta hora tão difícil”, desespera-se Regina Amélia.