Por Tião Maia
O governador Gladson Cameli deve deixar o PP (Partido Progressistas) para se filiar ao PL (Partido Liberal) na próxima sexta-feira (19), durante visita do presidente Jair Bolsonaro num encontro com pastores e outros líderes evangélicos em Rio Branco.
De acordo com uma fonte, o governador deixou o Palácio do Planalto na noite de segunda-feira (14) bem tarde, após um encontro com o ministro-chefe da Casa Civil e senador licenciado, Ciro Nogueira, que é também presidente nacional do PP. No encontro com Nogueira, segundo a fonte, Gladson Cameli não teria tido garantias de que teria tranquilidade na escolha de sua chapa majoritária, já que a senadora Mailza Gomes não teria recuado na decisão de disputar a reeleição.
Mailza Gomes reafirmou a decisão no último domingo (13), durante um culto evangélico, quando reafirmou que não desistiria de disputar a reeleição, mesmo que houvesse um pedido neste sentido feito pelo governador. Com pelo menos cinco candidatos no seu entorno e disputando seu apoio, Cameli teria que se fixar num único nome e compreenderia que ficaria difícil para o PP ter uma chapa pura nas duas candidaturas majoritárias ao Governo e ao Senado.
Diante de Ciro Nogueira, que teria se mostrado inclinado a apoiar a decisão de Mailza Gomes, o governador teria decidido sair do PP e juntar-se ao PL, partido ao qual está filiado o presidente Jair Bolsonaro e pela qual, assim como Gladson Cameli, vai disputar a reeleição.
Nas últimas horas surgiram informações de que Gladson Cameli se filiaria ao PSDB ou ao União Brasil. Uma fonte revelou, no entanto, que o PSDB foi descartado porque há especulações de que o Partido pode formar uma federação partidária com o MDB, com o governador de São Paulo, João Dória, retirando sua pré-candidatura presidencial para apoiar a senadora Simone Tebet. Com a federação formada e com Gladson Cameli filiado ao PSDB, ele teria que conviver novamente com os irmãos Rocha, o vice-governador do Estado Wherles Rocha e a deputada Mara dentro do MDB, o que é completamente descartado pelo governador. Em relação ao União Brasil, o convite para a filiação do governador acreano partiu do vice-presidente nacional da sigla Antônio de Rueda, mas ele teria refletido e decidido a não se filiar à nova sigla.
A decisão de Gladson Cameli em favor do PL teria sido pelo fato de o União Brasil vir declarando que terá candidato a presidente e que por isso não apoiaria Bolsonaro, o que também é descartado pelo governador acreano, aliado de primeira hora do atual presidente da República. Gladson Cameli está retornando para o Acre para fazer o anúncio da desfiliação do PP.