A jornalista Anastasiia Lapatina, do “Kyiv Independent”, publicou nesta quarta-feira (2) o vídeo de civis da Ucrânia alimentando um soldado da Rússia depois de sua rendição. A imagem viralizou nas redes sociais.
No vídeo, o soldado —que não teve o seu nome identificado— aparece visivelmente abalado, comendo um pedaço de bolo e tomando uma xícara de chá, que teriam sido oferecidos por moradores locais. Ele é acalmado por uma mulher, que lhe oferece o telefone para que o militar possa falar com a sua mãe. Ao ouvi-la, o soldado então manda um beijo e começa a chorar.
Na sequência, a mulher diz à mãe: “Não se preocupe, Natasha. Ele está vivo e bem. Você receberá uma ligação mais tarde”.
Ainda na gravação, uma voz masculina —que está fora do ângulo da câmera— é ouvida dizendo em ucraniano: “Esses jovens… Não é culpa deles. Eles não sabem por que estão aqui. Eles estão usando mapas antigos, estão perdidos.”
A Rússia está enviando meninos de 20 anos para morrer aqui. Milhares deles. Graças a Deus os ucranianos não perderam sua dignidade e humanidade.AnastasiiaLapatina, jornalista do “Kyiv Independent”.
O vídeo do jovem combatente surgiu horas depois que as Forças Armadas da Ucrânia publicaram, nas redes sociais, mensagem explicando o passo a passo de como as mães de soldados russos capturados no campo de batalha poderiam vir buscar seus filhos. Segundo os militares, a primeira etapa é saber se estão mortos ou vivos.
Para o resgate ser feito, os ucranianos disponibilizaram números de telefone e email para que essas mães entrem em contato. Após a confirmação sobre a situação do soldado, elas terão que ir até Kiev para buscá-los.
Em um vídeo publicado em seu canal, no Telegram, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que pelo menos 6 mil militares russos haviam morrido em seis dias de confronto.
“As mães russas estão perdendo os filhos em um país estrangeiro. Pensem neste número: 6 mil russos mortos em seis dias de guerra. Para quê? Para tomar a Ucrânia? É impossível, estamos na nossa terra nativa”, disse Zelensky.
Enquanto isso, o ministério russo disse que 498 soldados do país morreram durante o que chamam de “operação especial”, e quase 1.600 foram feridos, de acordo com a agência de notícias estatal Ria Novosti. O órgão informou que as perdas foram maiores nos batalhões ucranianos: mais de 2.870 teriam sido mortos e 3.700 feridos.