Ao todo, 1.103 consumidores tiveram a energia elétrica suspensa por conta da enchente dos mananciais que atinge famílias no interior do Acre. A informação foi repassada ao g1, nesta quarta-feira (23), pela Energisa, empresa responsável pela distribuição de energia no estado.
A medida foi tomada para evitar acidentes com a rede elétrica nos bairros atingidos pela cheia dos rios. Conforme os dados, são 1.027 unidades consumidoras desligadas em Tarauacá, além de 17 em Feijó e outras 59 em Cruzeiro do Sul.
A Energisa pede que, caso a população identifique outros locais em que o nível dos rios esteja subindo, é preciso manter distância da rede elétrica e comunicar imediatamente à empresa e Defesa Civil. Além disso, orienta que nos casos em que a água se aproxime de tomadas, os moradores devem desligar o disjuntor.
Cidades do Acre voltaram a registrar cheia dos rios e, em pelo menos seis delas, os níveis dos mananciais estão acima das cotas de transbordo nesta quarta (23). Um levantamento feito pelo g1 junto à Defesa Civil e Corpo de Bombeiros de cada município apontou que mais de mil pessoas já precisaram ser retiradas de casa por conta da alagação.
Entre as cidades com rios transbordados estão: Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Sena Madureira, Feijó, Santa Rosa do Purus e Porto Walter, somente a última que não tem famílias desabrigadas ou desalojadas.
Além dessas cidades, o nível do Acre no município de Brasileia está acima da cota de alerta, que é de 9,80 metros. O manancial marcou 10,47 metros nesta quarta e as águas atingem ao menos 20 famílias de três bairros.
O Rio Juruá continua subindo em Cruzeiro do Sul e chegou à cota de 13,39 metros nesta quarta (23). Conforme o Corpo de Bombeiros, cerca de 8 mil pessoas estão atingidas pela cheia do rio e 495 continuam em um dos 14 abrigos montados na cidade desde que o manancial transbordou no mês passado.
O nível do rio chegou a baixar e sair da cota de transbordo no início desta semana mas, após o registro de chuvas na região e nas cabeceiras, houve uma nova subida das águas. Ao todo, 11 bairros e sete comunidades rurais estão atingidos pela cheia.
O Rio Tarauacá, na cidade de mesmo nome, voltou a transbordar na cidade na segunda (21) após subir mais de quatro metros em 24 horas. A nova enchente fez a Secretaria Municipal de Educação suspender as aulas para cerca de 7 mil alunos da rede pública de ensino.
Segundo dados da Defesa Civil Municipal, o manancial marcou 10,85 metros às 6h desta quarta (23) e ao menos 12 mil pessoas estão afetadas pela enchente. A estimativa do órgão é que cerca de 50% da cidade está atingida.
O coordenador do órgão na cidade, sargento Marcelo Monteiro, informou que 31 famílias estão desabrigadas e foram levadas para o abrigo montado na Escola Djalma da Cunha Batista. Ao todo, são 160 pessoas nesta situação. Além disso, há três famílias com 18 pessoas desalojadas, ou seja, foram levadas para casas de parentes.
Localidades atingidas:
Em Sena Madureira, o nível do Rio Iaco marcou 15,71 metros na medição desta quarta, sendo que a cota de transbordo do manancial na cidade é 15,20 metros. Por conta da situação, a Prefeitura decretou situação de emergência.
O Corpo de Bombeiros do município informou que há 28 famílias desabrigadas, totalizando 142 pessoas. Além disso, 17 famílias estão desalojadas e foram para casa de parentes, com um total de 59 pessoas.
Ao todo, seis bairros estão atingidos em Sena Madureira, entre eles o Centro, Praia do Amarilho, Vitória, Bom Sucesso, Cafezal e Vila militar.
A cidade tem quatro abrigos montados no Ginásio Hermiltom Gadelha Pessoa, AABB, Escola Assis Vasconcelos, Quadra da Escola Messias Rodrigues.
O nível do Rio Envira na cidade de Feijó, também está acima da cota de transbordo, que é de 12 metros. Segundo a Defesa Civil municipal, o manancial marcou 13,14 metros nesta quarta.
Com a nova subida do rio, os igarapés Diabinho e Aristides também transbordaram na zona urbana de Feijó e as águas chegaram a atingir a praça da cidade ainda no início da noite dessa segunda (21).
Conforme os dados, 15 famílias com 59 pessoas estão desalojadas, ou seja, foram levadas para casa de parentes por conta da enchente. Ao todo, 130 famílias estão atingidas na zona urbana e outras 150 na zona rural.
Entre os bairros atingidos estão o Terminal, Centro, Aristides, bairro do Hospital, além de cerca de oito comunidades rurais.
Moradores de Santa Rosa do Purus também enfrentam alagação e a prefeitura declarou situação de emergência. Nesta quarta-feira (23), o Rio Purus marcou 9,72 metros e está acima da cota de transbordo, que é de 9 metros.
O decreto de emergência foi publicado na edição desta quarta do Diário Oficial do Estado. Conforme o prefeito da cidade, Tamir Sá, dezenas de famílias, sendo maioria de indígenas, foram retiradas de casas atingidas pelas águas.
Conforme a Defesa Civil na cidade, 33 famílias com 134 pessoas estão desabrigadas e foram levadas aos dois abrigos montados em escolas na cidade. Além disso, cinco famílias foram levadas para casas de parentes, ou seja, estão desalojadas.
O nível do Rio Juruá, em Porto Walter, também está acima da cota de transbordo e as águas do manancial atingem cerca de 300 famílias. No entanto, segundo a Defesa Civil municipal, não há pessoas desabrigadas ou desalojadas.
Nesta quarta (23), o rio marcou 9,94 metros, 20 centímetros acima da cota de transbordo, que é de 9,70. Ainda segundo a Defesa Civil Estadual, a cota de alerta é de 9 metros.