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Teatro bombardeado em Mariupol tinha alerta para presença de crianças

O teatro que foi bombardeado por forças russas em Mariupol, na Ucrânia, nesta quarta-feira (16) exibia no chão, ao lado do prédio, um alerta indicando a presença de crianças no local. O espaço estava sendo usado por centenas de civis para se protegerem dos ataques da Rússia.

As imagens dos alertas no solo foram capturadas pela empresa Maxar Technologies. A CNN geolocalizou a imagem e confirmou que realmente se trata do teatro na cidade portuária ucraniana.

Vídeos gravados após as explosões mostram um incêndio nas ruínas do teatro. O número de vítimas ainda é desconhecido.

Os ataques militares também atingiram um prédio que abrigava a piscina “Netuno”, utilizada como abrigo, a pouco mais de quatro quilômetros do teatro, de acordo com vídeos compartilhados por uma autoridade local. A autenticidade das gravações foi confirmada pela CNN.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, classificou o bombardeio como um “crime de guerra” e afirmou que o teatro está “completamente arruinado”. Kuleba acrescentou que os russos sabiam que se tratava de um abrigo para civis.

Maxim Kach, um funcionário do governo da cidade de Mariupol, disse que o edifício era para civis, com apenas mulheres e crianças escondidas dentro dele e sem a presença de militares.

Ele disse que as equipes de resgate estavam ocupadas tentando tirar uma mulher grávida dos escombros. A CNN não conseguiu verificar essa informação.

Mariupol está tomada pelas forças russas desde 1º de março. Após semanas de tentativas frustradas de estabelecer corredores humanitários para a evacuação de civis, cerca de 20 mil pessoas conseguiram deixar a cidade na última terça-feira (15), de acordo com a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuk.

Autoridades dizem que os moradores que ainda não deixaram a região estão sobrevivendo sem eletricidade, água e comida, com pessoas derretendo neve ou desinstalando sistemas de aquecimento para conseguir beber uma gota de água.

O bombardeio constantes e as brigas armadas pelas ruas da cidade fazem com que o movimento seja restrito. Um oficial ucraniano acusou as tropas russas de manter cerca de 400 pessoas em cativeiro no Hospital Regional de Terapia Intensiva de Mariupol.