O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta segunda-feira (11/4), que o Brasil ainda enfrentará “inflação pela frente”, principalmente em relação aos produtos alimentícios. Segundo o presidente, a ocorrência é reflexo da pandemia e da guerra no Leste Europeu. A declaração ocorreu durante entrevista ao O Liberal.
“Teremos inflação pela frente ainda, a de alimentos. Com esta guerra lá fora, a Ucrânia, que é grande exportadora de trigo, não está exportando mais. Vai faltar trigo no mundo. Quando se falta qualquer coisa, a tendência é aumentar o preço”, apontou.
Bolsonaro disse também que o Congresso dificilmente avançará em pautas polêmicas, de interesse da gestão e que “não adianta forçar a barra”. “Fiquei 28 anos dentro do parlamento, me coloco na situação de um deputado para votar certos temas. Então, é muito difícil você avançar em pautas polêmicas”, disse. “O Parlamento, no meu entender, não adianta forçar a barra, você não vai conseguir levar adiante uma proposta como essa (reforma administrativa)”.
O presidente também repetiu agradecimentos ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que segundo ele, teria se posicionado a favor da soberania do Brasil na Amazônia em discussões de líderes internacionais sobre o clima.
“Por ocasião da discussão sobre o clima no mundo, outros países como a França, Reino Unidos e Estados Unidos, relativizaram nossa soberania sobre a Amazônia. Quando estive na Rússia, no começo deste ano, conversei com o presidente Putin antes da invasão à Ucrânia, por parte da Rússia, sobre uma coisa que interessa muito para a gente: sobre a continuidade do fluxo no fornecimento de potássio para nós. Isso foi garantido, a gente espera que continue essa garantia para o bem dos nossos negócios aqui”.
“O Putin, com seu poder de veto, disse que a Amazônia pertencia aos brasileiros e aquela discussão não prosseguiu. Ou seja, o pessoal lá de fora tá de olho na região amazônica, que é uma área enorme, maior que a Europa Ocidental. Ali, temos tudo que se possa imaginar, biodiversidade, água potável, riquezas e minerais e tudo. Se nós aqui relaxarmos, entrarmos no discurso do politicamente correto, temos tudo para perder a nossa soberania sobre a Amazônia”, completou.
Bolsonaro ainda defendeu o deputado Daniel Silveira (União-RJ), que cumpre medidas restritivas como o uso de tornozeleira eletrônica por divulgação de fake news e ataques ao STF e ao TSE.
“Ele falou muita coisa ofensiva, falou, ninguém duvida disso. Mas a pena dele não pode ser cumprir preventivamente nove anos de cadeia, um deputado federal. Inclusive está escrito lá na Constituição, emenda de 2001, que deputado e senador é inviolável civil e penalmente por quaisquer de suas palavras, opiniões e votos”.
Sobre o caso do blogueiro Allan dos Santos, o presidente voltou a alegar defesa à liberdade de expressão. “Está faltando aqui para algumas poucas autoridades de Brasília entender que ele pode muito, mas não pode tudo. Eu acredito que mais cedo ou mais tarde chegaremos a bom termo nessa questão, e essas pessoas que estão extrapolando, serão colocadas no seu devido lugar. Liberdade de expressão não tem preço e não tem limite como existe por exemplo nos EUA”, concluiu.