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Feminicídio: AC é o mais perigoso para mulheres e segue campeão de casos; Faca é arma mais usada e crimes ocorrem na madrugada

Os índices de feminicídio no Acre não param de crescer e o Acre. O estado continua, proporcionalmente, sendo o local mais perigoso para as mulheres. Em três anos o número de assassinatos contra a mulher cresceu 30%. Em uma semana foram três mulheres mortas pelos ex-companheiros.

Na manhã desse segunda-feira, os moradores de Acrelândia pareciam não acreditar que a alegre e entusiasmada funcionária de banco, Tatiana Neris Lima, de 32 anos, foi morta pelo ex-namorado, um jovem de 26 anos. Poucas horas antes, outra jovem, Maria Samara Silva do Nascimento, de 19 anos, morria com duas facadas. O assassino: seu ex-marido. Uma semana antes os jornais veiculam, também em Feijó, a notícia de que um indígena matou a esposa e feriu a filha após uma briga.

Os homicidios contra mulher seguem em uma linha crescente no Acre. Em 2019 foram 11; em 2020, chegaram a 12; e em 2021 subiu para 14 mortes – um crescimento de 30%.
Todos esses crimes chamados de feminicidio deixam o Acre na liderança do ranking de homicídios contra as mulheres. A média é de 2,5% para cada 100 mil habitantes, proporcionalmente a maior do Brasil.

O movimento feminista aponta várias causas para tanta violência. Segundo Lidiane Cabral, não há uma politica de Estado para que a sociedade possa combater o machismo, que cria a posse do homem sobre a mulher.

“Falta dar mais segurança para a mulher denunciar, e, mesmo quando denuncia, as medidas protetivas são falhas e levam muitas mulheres a perder a vida”, denunciou.

Uma pesquisa do Ministério Público aponta que 59% dos autores dos feminicídios eram companheiros ou ex das vítimas. Os crimes foram motivados em 30% dos casos por ciúmes; outros 22% por motivo torpe ou fútil, e 11% por dificuldade de os agressores em aceitar a separação.

A arma mais utilizada pelos agressores para matar as mulheres é a faca e o horário de maior ocorrência é entre a noite e a madrugada.

Na delegacia da mulher chegam em média 2 denúncias por dia de agressão as mulheres e são expedidas até 50 medidas protetivas por mês.

Segundo o delegado Roberth Alencar, a medida tem conseguido evitar uma violência continuada para a maioria das denunciantes. “Quando o homem percebe que a mulher vai denunciá-lo e levar o caso à frente, ele evita procurar a vítima”, garantiu.

O movimento feminista critica as medidas protetivas, principalmente no interior do Estado onde as forças policiais e o próprio Ministério público não apoiam a mulher quando ela busca a delegacia e as medidas restritivas aos homens são falhas.