Alívio é o sentimento que Francisca Antônia Sampaio, de 31 anos, e Naila Vanessa Onofre, de 37, compartilharam, horas antes de realizar a tão aguardada laqueadura – procedimento de esterilização para mulheres que não desejam mais engravidar. As pacientes passaram pelo procedimento cirúrgico, promovido pelo mutirão Opera Acre, neste sábado, 25, no Hospital Regional do Juruá (HRJ), em Cruzeiro do Sul.
Com históricos de gravidez de risco, Francisca e Naila aguardaram pela cirurgia durante um ano e meio e um ano e dois meses, respectivamente. Inscritas na lista de espera do Sistema de Regulação (Sisreg) da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), as pacientes comemoraram o fato de serem beneficiadas com a cirurgia, em um espaço de tempo relativamente curto e sem custos.
Depois de quatro partos prematuros, Francisca relata que os momentos de aflição e tristeza que passou com os filhos a incentivaram a buscar a cirurgia. “É muito difícil, [a gente] vai para a UTI, dá problema, [o bebê] nasce com alguma doença, a gente vê quase morrer. Foi por isso que procurei esse procedimento. Na verdade, é angustiante, porque a gente não tem condições financeiras para pagar um procedimento desses. E se vier outro, né? Essa cirurgia vai fazer muita diferença”, disse.
A hipertensão comprometeu a segunda gestação de Naila Vanessa. Com uma filha de 15 anos, ela iniciou as tentativas para engravidar, no entanto, um problema de ovário policístico impedia a concepção de mais um filho. Após várias tentativas e um aborto espontâneo, a cozinheira engravidou novamente, mas ao longo da gestação apresentou inúmeras complicações.
“Com quatro meses de grávida peguei o Covid-19 e tive muitos problemas. Fiquei hipertensa, passei minha gravidez quase inteira na maternidade. Daí meu bebê nasceu, foi para a UTI, ali passei sete dias e fui liberada. Depois disso fui atrás de meios para fazer a laqueadura. Por sorte esperei pouco, porque tem gente que está há muito tempo”, relatou.
Os procedimentos cirúrgicos somam mais de 3.900, entre cirurgias-gerais, pediátricas, ginecológicas, de cabeça e de pescoço, de urologia e ortopédicas, por exemplo. Com início em março, a programação é realizada ao menos uma vez na semana, em todas as regionais do estado.