Um ajudante de pedreiro, de 23 anos, foi preso em flagrante, nessa quarta-feira (29), suspeito de estuprar uma menina de 12 anos, em Campo Grande. Segundo a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), o homem contratou um carro por aplicativo para levar a menina da casa da família dela até a dele. A vítima passou três dias com o suspeito antes do caso ser descoberto.
Investigações apontam que a adolescente conheceu o suspeito pela internet, por meio de uma rede social. Conforme o delegado adjunto da DEPCA, Marcelo Batista Damaceno, após sofrer aliciamento, a menina saiu escondida de casa e entrou no carro de aplicativo, no domingo (26).
A família procurou a polícia e começaram as buscas pelo paradeiro da menina. Por meio do Setor de Investigação, as autoridades conseguiram localizar o endereço do homem, nessa quarta-feira (29). “Entramos em contato e ele se apresentou com a adolescente”, explicou o delegado.
A menina passou pelos procedimentos padrões a esta circunstância e foi entregue de volta à família.
O g1 consultou a neuropsicóloga infantojuvenil, Thamires de Oliveira, e a psicóloga infantojuvenil Micaela Klucznik Vegini. As especialistas apontaram comportamentos que podem acender o sinal de alerta em pais e responsáveis e como prevenir o aliciamento sexual na internet.
As especialistas explicam que qualquer mudança de comportamento que destoe das características habituais das crianças e adolescentes podem indicar algo errado. Contudo, em situações de perigo, eles podem apresentar uma série de comportamentos padrões.
Veja a seguir os 4 principais sinais de alerta:
1- Agressividade
De acordo com a psicóloga infantojuvenil Micaela Klucznik Vegini, crianças e adolescente que estejam mantendo contato com pessoas suspeitas em jogos on-line podem apresentar comportamento agressivo.
“Geralmente as pessoas que se aproximam com o intuito sexual tentam transformar os pais na pior espécie do mundo, convencê-los de que aquela família não é boa. Isso piora se essa criança ou adolescente tem alguma dificuldade de relacionamento com aquela família. Ele usa aquilo contra eles. Então, às vezes a criança e o adolescente pode demonstrar agressividade, principalmente quando o pai questiona alguma coisa da internet, a criança ou o adolescente vai levantar a voz, vai gritar, vai iniciar uma briga”, cita Vegini.
2- Isolamento
O isolamento é uma característica normal na fase adolescência, apontam as especialistas. Contudo, em excesso, este traço pode apontar perigo. “É esperado que esse adolescente se isole, fique mais no quarto, no celular, mas vamos ver se esse adolescente está saindo com os amigos ou não está, se ele tem algum tipo de comunicação com a família”, orienta a psicóloga.
“O isolamento que eu falo é a criança querer ficar 100% naquele jogo, no celular, no tablet, porque é algo que está chamando muito a atenção dela, então ela se afasta das amizades, não quer mais sair tanto para brincar fora, não quer ir aos lugares que ela gostava de ir. Se é um adolescente, se isola do grupo social, não sai mais com os amigos, só fica ali dentro do quarto, jogando”, completa Vegini.
3- Ansiedade
A psicóloga explica que em contato com estranhos que possam apresentar riscos, a criança e o adolescente que têm orientação e sabe dos riscos desta ação, podem apresentar crises e conflitos emocionais.
“Uma criança geralmente vai demonstrar mais ansiedade com medo dos pais descobrirem. Às vezes começa a roer unha, a ter compulsão alimentar, a ansiedade é um dos pontos que demonstram tanto em crianças, quanto em adolescentes”, detalha Vegini.
4- Sensação de vigilância constante
Outro comportamento que é comum na fase da adolescência, mas que em grande quantidade deve despertar o alerta nos responsáveis é a presença da sensação de vigilância constante nesses indivíduos.
“Quando você está fazendo alguma coisa e tem um senso de que pode ser errado, ela fica muito exagerada. ‘Por que você fica me perguntando isso? Você está desconfiando de mim?’ Cria-se um senso como se o pai e a mãe ficassem vigiando o tempo todo e às vezes isso não está ocorrendo”, explica a psicóloga.