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Em apenas uma semana, Acre registra mais de 2,5 mil casos novos de Covid

A primeira semana de julho veio com dados preocupantes com relação à Covid-19 no Acre. Desde junho, o estado tem registrado aumento no número de infectados. Porém, em sete dias, foram 2.532 novos casos da doença, o que já é mais do que todos os registros de junho, por exemplo, quando em 30 dias foram confirmados 1.084 casos novos.

Com isso, o governo informou, nesta quinta-feira (7), que a UPA do 2º Distrito de Rio Branco tornou-se referência para os casos dessas doenças. Com a maioria da população apresentando sintomas leves, a taxa de internação na unidade segue baixa.

A unidade passou a ser referência desde o dia 1º de julho e mil testes para SARS-CoV-2 foram feitos, sendo que 300 foram positivos.

O Acre já registrou, durante toda a pandemia, 128.727 casos da doença desde o início da pandemia no estado, em março de 2020. Nesse período, 2.005 mortes foram registradas. No boletim desta quinta-feira (7), foram 561 novos casos.

Quarta onda

 

Os especialistas já falam em quarta onda da doença. Inclusive, em reunião, na quarta-feira (6), o Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19 definiu a volta da obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados no Acre. Além disso, também ficou definido o retorno da cobrança das carteiras de vacinação em repartições públicas e eventos com grande número de pessoas.

O uso da máscara era obrigatório no estado apenas em unidades de saúde e transportes coletivos. O Comitê avaliou ainda que por enquanto não há necessidade de mudar a classificação de risco, que atualmente segue na bandeira verde.

Além da pauta relacionada ao aumento expressivo no número de novos casos de Covid no estado, o Comitê também decidiu o retorno do uso de máscaras devido o aparecimento de casos de síndromes respiratórias, infecções hospitalares e monkeypox (varíola dos macacos), que também vão entrar na pauta de reuniões, a serem realizadas todas às quartas-feiras.

Alta nos atendimentos

No final de junho, a Urap Maria Barroso, no Bairro Sobral, voltou a ser a unidade de referência para atendimentos específicos para estes casos. A determinação foi da Secretaria Municipal de Saúde e, com isso, foi estendido a atendimento que passa a ser de segunda a sábado, no período de 7h às 18h.

UPA do 2º Distrito é unidade de referência no atendimento de Covid — Foto: Secom-AC

A gestão da unidade informou que tem feito cerca de 380 testes por dia e, deste total, uma média de 164 resultados são positivos. Outra unidade de referência, agora na rede estadual de saúde, é a UPA do Segundo Distrito.

Apresentando sintomas como coriza, tosse, dor na região torácica, dor na garganta, febre e dificuldade para respirar, o paciente deve se dirigir à UPA do 2º Distrito. Em casos leves, a população também pode procurar atendimento nas unidades de referência de atenção primária (Uraps), tendo em vista que a UPA é referência nos casos moderados e graves das doenças respiratórias

Gripe X Covid

A infectologista Cirley Lobato diz ainda que nesse período no Acre, outro problema é que os sintomas da Covid acabam se confundindo com os de gripe que é sazonal, com a chegada do período de seca, aumento das queimadas e com isso de doenças respiratórias.

“Uma coisa interessante é que não sabemos quem vai evoluir para um quadro grave, sabemos que a vacina mudou a história natural da Covid, então os quadros estão sendo mais leves, como sintomas gripais mesmo. A questão é se você contem o vírus e não toma estas medidas de proteção, mais pessoas vão ser contaminadas e se tem mais pessoas contaminadas, aumenta a probabilidade de casos graves. Então, é manter os cuidados. A cobertura vacinal, a gente observa que terceira e quarta dose está baixa”, acrescenta.

Cirley afirma que a principal diferença entre os sintomas gripais e de Covid está no período em que elas apresentam agravamento. “Geralmente estes vírus que afetam as vias respiratórias se tiver que complicar é na primeira semana, enquanto a Covid é na segunda semana, que pode ter o quadro mais grave, quando entra na fase inflamatória.”