O policial militar Fabiano Junior Garcia, do 19º Batalhão da Polícia Militar (PM) do Paraná, matou oito pessoas entre a noite da última quinta-feira e a madrugada de ontem. Seis dos assassinados eram da própria família e, na sequência dos homicídios, cometeu suicídio. Os crimes ocorreram em Toledo e em Céu Azul, no oeste do Paraná.
De acordo com o relato do comandante da PM do estado, Hudson Leôncio Teixeira, Fabiano estava de plantão até às 19h da quinta-feira. Mas, por volta das 23h, ele ligou para o cunhado dizendo que havia assassinado a mulher, Kassiele Moreira, e a enteada, Amanda Mendes Garcia, de 12 anos, em Toledo.
Em seguida, o policial foi à casa da própria mãe, Irene Garcia, de 78 anos, próxima ao local em que morava, e a assassinou a facadas. Foi quando ele também matou, a tiros, o irmão, Claudiomiro Garcia, de 50 anos. Já tendo cometido quatro homicídios, Fabiano dirigiu até Céu Azul, município vizinho a Toledo, onde tirou a vida de dois filhos — Miguel Augusto da Silva Garcia e Kamili Rafaela da Silva Garcia, de quatro e nove anos, que moravam com os avós maternos.
Conforme boletim da polícia, Fabiano retornou a Toledo e ainda matou dois desconhecidos, aparentemente de forma aleatória: Kaio Felipe Siqueira da Silva (cujo assassinato chegou a ser registrado por câmeras de segurança) e Luiz Carlos Becker, respectivamente de 17 e 19 anos. No retorno a Toledo, o policial encontrou uma guarnição da PM que prestava atendimento no local onde ele havia matado a mulher e a enteada. Ele passou em baixa velocidade pelo local e, após estacionar o carro, um Chevrolet Vectra branco, disparou conta a própria cabeça, segundo os policiais.
Equipes de socorro foram acionadas, mas apenas puderam constatar a morte de Fabiano, que estava com uma arma de fogo funcional, além de munições e carregadores, e uma faca que possivelmente foi utilizada no assassinato da mãe.
No intervalo entre as mortes, Fabiano mandou mensagens a parentes e amigos tentando explicar a motivação dos crimes — a justificativa seria o fato de não aceitar o fim do casamento com Kassiele e dívidas que contraiu.
“Me desculpa, mas eu não ia conseguir viver sem a Kassiele, me desculpa. Ela já não estava mais se importando com o jeito que eu ia lidar com ela, se eu ia dar atenção para ela ou não. E ela deixou a entender que não fazia questão de continuar comigo”, disse Fabiano, em um dos áudios.
No outro, ele faz o seguinte relato: “Falou que, possivelmente, iria separar, que não queria ficar comigo do jeito que eu sou, que é tudo do meu jeito. Então, se é assim… Eu estava querendo fazer isso mesmo. Já não consigo conviver com a situação da minha mãe. Vivo financeiramente fodido e alguém ia ter que arcar com as despesas. Então, para não deixar peso para ninguém, eu fiz isso”, registrou.
A PM paranaense assegurou que Fabiano não tinha histórico que pudesse indicar problemas psicológicos e que atuava como motorista do Coordenador do Policiamento da Unidade. Já a Secretaria de Segurança Pública do estado (SESP-PR) publicou que foi instaurado um inquérito nas delegacias de Toledo e Céu Azul, onde aconteceram os assassinatos.
“As polícias Civil, Militar e Científica não medirão esforços para apurar a motivação dos fatos. Perícias foram realizadas nos locais e equipes de investigação seguem na coleta de informações e realizam diligências para concluir o caso”, informa a nota da secretaria.