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Com 4 casos suspeitos de varíola dos macacos em crianças, profissionais de hospital infantil e maternidade recebem treinamento

A Saúde do Acre notificou mais um caso suspeito de varíola dos macacos em criança nesta quinta-feira (18). Com essa nova suspeita, subiu para quatro o número de notificações no público infantil e a Rede de Urgência e Emergência (RUE) da Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre) fez um treinamento em profissionais do Hospital da Criança e da Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco.

A capacitação foi feita no auditório do Instituto de Traumatologia e Ortopedia no Acre (Into) com a infectologista Cirley Lobato. A profissional destacou que o foco do treinamento é como atender e oferecer a melhor assistência às crianças e grávidas com sintomas da doença.

“É uma troca de informações sobre o manejo dos pacientes diagnosticados com Monkeypox e que necessitaram ser internados. Como é que vamos conduzir esses pacientes, crianças e grávidas? Não existe um tratamento específico para Monkeypox, é mais assintomático e cuidado para o paciente não desidratar, não desnutrir, não tenha uma infecção secundária e venha complicar o quadro dele”, explicou Cirley.

A notificação divulgada nesta quinta pela Saúde é de um menino de 4 anos, de Xapuri, interior do Acre, que foi levado ao médico nessa quarta (17) com sintomas da doença. A família relatou que o menino teve contato recentemente com parentes recém-chegados da Argentina.

Foi feita coleta de amostra laboratorial, o paciente medicado e levado para isolamento domiciliar. A infectologista alertou sobre os cuidados que os profissionais precisam ter na hora de atender esses pacientes.

“Ter todos os cuidados de uso de EPI [Equipamento de Proteção Individual], ou seja, ainda usar máscara, usar luvas, quando for manusear o paciente precisa estar de capote, tem que está todo protegido porque a transmissão se dá por meio do contato com as feridas, lesões e objetos que os pacientes utilizam, como roupa de cama”, complementou.

Até esta quinta, o Acre tem apenas um caso confirmado da doença. A confirmação foi divulgada no dia 25 de julho. O paciente, de 27 anos, viajou para o exterior, e em seu retorno apresentou febre, cansaço físico e pápulas espalhadas pelos braços e abdômen, sendo notificado no di 11 do mesmo mês pela Unimed. Ele já recebeu alta médica.

Casos suspeitos em crianças
No dia 29 de julho, uma família venezuelana procurou a UPA da Sobral, em Rio Branco, com suspeita de varíola dos macacos. O pai, de 21 anos, a mãe, de 27, chegaram na unidade de saúde com o filho de 3 anos relatando que estavam com sintomas característicos da doença.

Os exames feitos na família deram negativo para a doença.

Já no dia 4 de agosto, uma criança de 6 anos deu entrada na UPA da Sobral apresentando erupções cutâneas na planta do pé esquerdo e lesão vesicular dolorosa. A família relatou ter tido contato com um amigo que retornou de São Paulo em evento religioso no município de Rio Branco e ficou em isolamento domiciliar.

No dia 15 deste mês, outra criança de 6 anos deu entrada na UPA da Sobral com sintomas da doença. O menino mora em Rio Branco e viajou para a fronteira com a família há 18 dias.

A mãe falou que viajou para Brasileia, interior do Acre, e também para Cobija, na Bolívia, e que outras duas pessoas que estiveram na viagem também apresentam sintomas. As equipes de saúde orientaram que essas pessoas busquem atendimento médico.

Sintomas e transmissão
Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão.

Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.

As lesões passam por cinco estágios antes de cair, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A doença geralmente dura de 2 a 4 semanas.

O que é um diferencial indicativo: o desenvolvimento de lesões – lesões na cavidade oral e na pele. Elas começam a se manifestar primeiro na face e vão se disseminando pro tronco, tórax, palma da mão, sola dos pés”, completa Trindade, que é consultora do grupo criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para acompanhar os casos de varíola dos macacos.