Cerca de mil pessoas com deficiência estavam fora do mercado de trabalho no Acre em 2019, aponta IBGE

Conquistar uma vaga no mercado de trabalho hoje em dia não é fácil e, no caso das pessoas com deficiência, a situação é ainda mais complicada. Segundo relatório divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados referentes a 2019, cerca de mil acreanos com algum tipo de deficiência estavam fora do mercado de trabalho.

Em 2019, o estado tinha 64 mil pessoas com algum tipo de deficiência e a taxa de participação no mercado de trabalho era de 31,3%, pouco mais da metade daqueles sem deficiência, 59,2%.

Os números constam na publicação “Pessoas com deficiência e as desigualdades sociais no Brasil”, do IBGE, que analisou dados da Pesquisa Nacional de Saúde. Para o mercado de trabalho, foram consideradas pessoas de 14 anos ou mais.

A taxa de emprego formal (com carteira assinada) também retrata o mercado de trabalho para esse público: apenas 26,1% das pessoas com deficiência em atividade estão nesse formato, enquanto a proporção é de 41,5% entre aqueles que não têm tal condição.

O relatório do IBGE aponta que a falta de sucesso na busca por um emprego tem diferentes motivos, com fatores relacionados à dinâmica do mercado – além de outras barreiras que atingem alguns grupos populacionais mais do que outros.

“É um desafio para as pessoas com deficiência, as quais devem lidar com variados fatores adversos, como a inadaptação dos espaços em que transitam, tanto no local de trabalho, como no deslocamento, o capacitismo, entre outros”, diz o relatório.

Principais pontos do relatório divulgado pelo IBGE:
taxa de participação no mercado de trabalho: 31,3% no caso de pessoas com algum tipo de deficiência e 59,2% de pessoas sem deficiência
taxa de formalização – 26,1% de pessoas com deficiência e 41,5% entre aqueles que não têm tal condição
taxa de desocupação – 5,3% de pessoas com deficiência e 8,5% entre pessoas sem deficiência
Dados nacionais
Segundo relatório, o país tinha, em 2019, 17,2 milhões de pessoas com alguma deficiência, o que representa 8,4% da população.

A taxa de participação da população com algum tipo de deficiência no mercado no ano da pesquisa era de 28,3% – menor do que a de pessoas sem deficiências, de 66,3%. Isso significa que, a cada dez pessoas com deficiência que buscavam um emprego, sete estavam fora do mercado de trabalho.

A diferença também é percebida na questão salarial. Enquanto as pessoas com deficiência recebiam o salário médio de R$ 1.639 mensais, o rendimento médio das pessoas sem deficiência era de R$ 2.619 – ou seja, a renda do primeiro público representa apenas dois terços do segundo.

Metodologia
A taxa de participação é calculada pelo IBGE a partir da divisão da força de trabalho (pessoas ocupadas e pessoas desocupadas) pelo total da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais) e mostra o engajamento dessa população no mercado de trabalho.

A taxa de desocupação, por sua vez, mostra o efeito da interação dos que buscaram uma ocupação, mas não obtiveram sucesso, permanecendo ou se tornando desocupados.

 

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