Brenda Uliarte, a namorada de Fernando Andrés Sabag Montiel, o brasileiro residente na Argentina acusado de atacar a vice-presidente Cristina Kirchner, foi detida na noite deste domingo por ordem da Justiça, noticiaram vários jornais do país.
A juíza do caso, María Eugenia Capuchetti, decretou o sigilo do inquérito na tarde deste domingo, após ter tomado declarações de testemunhas e depois de ter analisado, juntamente com o promotor Carlos Rívolo, parte das informações obtidas das câmeras de segurança da área onde ocorreu o ataque, no bairro nobre da Recoleta, em Buenos Aires.
As imagens analisadas pela juíza e pelo promotor foram peça-chave para ordenar o sigilo do inquérito e a prisão da mulher. Se antes o governo argentino acreditava que o brasileiro não tinha cúmplices, agora a hipótese da Justiça é que Sabag Montiel não agiu sozinho. Ele é acusado de tentativa de homicídio qualificado.
Fontes judiciais confirmaram ao La Nación que Uliarte, de 23 anos, que nas redes sociais e em entrevistas à mídia se apresentava como “Ambar”, foi detida na Estação de Palermo, em Buenos Aires, e que por medida judicial suas comunicações foram monitoradas pela Justiça nas últimas horas. Há uma equipe especial de investigação dedicada a examinar imagens de câmeras de segurança.
Amigo do acusado: ‘Ele estava se preparando para este momento’
Devido ao sigilo do inquérito, não há mais detalhes sobre a suspeita de que o acusado não agiu sozinho. Segundo o portal Infobae, em princípio não há uma organização sofisticada por trás do atentado. No entanto, as fontes policiais repetiram o mesmo aos jornais argentinos desde o início da investigação: nenhuma hipótese está descartada, todas permanecem em aberto.
Celular do atacante bloqueado
Uma das dificuldades do inquérito é a dificuldade de desbloquear o celular de Sabag Montiel. Depois de várias tentativas na sede da Superintendência de Investigações Federais argentina, no bairro de Palermo, onde o brasileiro continua detido, o aparelho foi enviado a agentes da Polícia de Segurança Aeroportuária (PSA), no Aeroporto Internacional de Ezeiza. A decisão foi tomada porque a PSA disse contar com um sistema israelense que permitiria ter acesso ao celular. Mas até agora todas as tentativas falharam, confirmou ao GLOBO uma fonte do governo argentino.
Quando os agentes da PSA tentaram ter acesso ao celular do atacante usando o sistema israelense, apareceu o seguinte aviso: “Telefone resetado de fábrica”. Os investigadores não determinaram, ainda, quando o aparelho teria sido resetado. Ou seja, se o bloqueio foi feito pelo próprio Sabag Montiel, após tentar assassinar Cristina, ou quando o celular já estava em poder da Polícia Federal e, posteriormente, da Justiça.
Neste domingo, um dos advogados da vice-presidente, Gregorio Dalbón, afirmou que nesta semana será apresentado pedido para ser parte da acusação contra Fernando, e que no mesmo pedido será solicitado que um técnico escolhido pela equipe de advogados de Cristina analise o celular “para determinar se os dados podem ser recuperados”. Se for concluído que todos os dados foram perdidos, ampliou Dalbón, “todos os que tocaram o celular sofrerão consequências”.