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À 7 dias do 2º turno, vantagem de Lula varia de 2,6 a 8 pontos

A vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro(PL) nas pesquisas de intenção de voto varia de 2,6 p.p. a 8 p.p.. O 2º turno será realizado em 30 de outubro.

A maior distância foi registrada pela pesquisa Ipec (ex-Ibope), realizada de 15 a 17 de outubro de 2022. No levantamento, o petista tem 54%, enquanto Bolsonaro registra 46% dos votos válidos.

Já o Paraná Pesquisas, que capta a menor vantagem entre ambos, indica empate técnico. O ex-presidente aparece com 51,3%, enquanto o atual chefe do Executivo tem 48,7%.

A pesquisa PoderData, realizada de 16 a 18 de outubro, mostra o ex-presidente liderando a disputa com 52% dos votos válidos na sucessão presidencial. Bolsonaro tem 48%. Os mesmos números foram registrados pelo último levantamento Datafolha.

As últimas pesquisas Quaest e Ipespe registraram a mesma porcentagem para os candidatos: 53% para o petista e 47% para o atual presidente.

PoderData tem a maior frequência no atual ciclo eleitoral. Vinha sendo realizada desde 2021 a cada 15 dias. Em 2022, desde o final de agosto, passou a ser semanal.

Isso é muito importante porque dessa forma temos uma curva consistente de resultados, que permite visualizar eventuais distorções que às vezes ocorrem em qualquer pesquisa. O importante é a trajetória da curva e não um resultado isolado. E a série histórica do PoderData é a mais completa entre todos os levantamentos de intenção de voto no Brasil”, diz o cientista político Rodolfo Costa Pinto, 31 anos, coordenador do PoderData.

Para entender como é realizada a pesquisa PoderDataclique aqui.

Poder360 compilou as últimas pesquisas registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Foram considerados os estudos com metodologias confiáveis e das quais foi possível verificar a origem das informações, com íntegras disponíveis.

REGISTRO DAS PESQUISAS

Os levantamentos citados nesta reportagem estão registrados na Justiça Eleitoral. A lista a seguir identifica as pesquisas e dados de suas metodologias: empresa, entrevistas, margem de erro, intervalo de confiança, data e registro no TS

  • Ipec: 3.008, 2 p.p., 95%, 15 a 17.out.2022, BR-02707/2022;
  • MDA/CNT: 2.002, 2,2 P.P, 14 a 16.out.2022, BR-05514/2022;
  • Genial/Quaest: 2.000, 2 p.p., 95%, 16 a 18.out.2022, BR-04387/2022;
  • Ipespe: 1.100, 2,2 p.p., 95,5%, 17 e 18.out.2022, BR-06307/2022;
  • Datafolha: 2.912, 2 p.p., 95%, 17 a 19.out.2022, BR-07340/2022;
  • Atlas: 4.500, 1 p.p., 95%, 8 a 12.out.2022, BR-06012/2022;
  • Paraná Pesquisas: 2.020, 2,2 p.p., 95%, 15 a 19.out.2022, BR-02276/2022;
  • PoderData: 5.000, 1,5 p.p., 95%, 16 a 18.out.2022, BR-08917/2022.

DIFERENÇAS NAS PESQUISAS

Esta eleição presidencial está sendo desafiadora para as empresas que fazem pesquisa. Há muitos resultados indicando sinais divergentes. Ficou difícil saber qual é a tendência real deste momento.

É importante dizer que todas as pesquisas estão certas, cada uma dentro da metodologia que escolhe. Cada sistema pode ter vantagens e desvantagens, a depender da conjuntura que pretende apurar.

Em 2018, por exemplo, havia muito “voto envergonhado” em Jair Bolsonaro. Alguns levantamentos presenciais tinham dificuldade de captar esse tipo de preferência. Já as pesquisas por telefone davam mais conforto para parte dos eleitores que optavam pelo então candidato a presidente pelo PSL (hoje, Bolsonaro está no PL).

Ainda não está claro o impacto que cada metodologia tem na coleta de dados. Mas já se sabe que pesquisas presenciais tendem a ter um resultado apontando uma liderança mais folgada de Lula. E pesquisas por telefone (sobretudo as automatizadas e neutras, com uma gravação fazendo as perguntas, como o PoderData) tendem a mostrar uma disputa mais apertada.

Nos Estados Unidos, há décadas não se usa pesquisa presencial para aferir intenção de voto em nível nacional. O ambiente polarizado ao extremo prejudica a coleta dos dados quando o entrevistador e o entrevistado ficam frente a frente.

Em suma, é importante registrar que não se trata de haver erro em uma ou outra pesquisa. São metodologias diferentes. No final desta campanha será possível saber qual terá sido o sistema mais apropriado para apontar tendências no atual momento político brasileiro.

AS EMPRESAS DE PESQUISAS

Várias empresas de pesquisa no Brasil se autodenominam “institutos”, o que pode passar a ideia de que são entidades filantrópicas ou ligadas a alguma instituição de ensino. Na realidade, todas são empresas privadas com fins de lucro. O que as diferenciam, em alguns casos, é a carteira de clientes que têm e as regras para aceitar determinados contratos.

PoderData, por exemplo, só faz pesquisas para a iniciativa privada (incluindo os estudos encomendados pelo jornal digital Poder360) e não aceita contratos de órgãos de governo, políticos, candidatos ou partidos.

O Datafolha se autodenomina “instituto” e é uma empresa comercial do grupo dono da Folha de S.PauloUOL e do banco PagBank. Não trabalha para partidos nem para políticos, mas aceita realizar pesquisas para órgãos de governos.

Ipec (Inteligência e Pesquisa em Consultoria) é formado por executivos do antigo Ibope (que encerrou atividades em janeiro de 2021). Trata-se de uma empresa comercial que, como fazia o Ibope, manteve vários contratos com o Grupo Globo, com suas pesquisas sendo divulgadas nos telejornais da emissora. O Ipec não tem restrições para aceitar contratos com governos, partidos ou políticos. O comando é da estatística Márcia Cavallari, que fez carreira no Ibope e hoje é a CEO do Ipec.

As demais empresas de pesquisas não têm nenhum tipo de restrição sobre trabalhar para partidos, políticos ou governos.