O Pix, meio de pagamento eletrônico instantâneo e gratuito oferecido pelo Banco Central do Brasil a pessoas físicas e jurídicas, que completa dois anos de operação no país no próximo sábado (5), é usado por 49% da população do Acre. Isso significa que os outros 51% da população local não usam o serviço, informa mostra estudo do Banco Central.
Mesmo assim, no primeiro ano de operação do novo serviço, também de acordo com o Banco Central, o Acre movimentou quase R$ 4 bilhões. O Pix é um serviço prestado única e exclusivamente no Brasil. Isso significa dizer que outras nações do mundo, inclusive potências econômicas como Estados Unidos e China, sequer conhecem o serviço, que começou a ser estudado no governo do então presidente Michel Temer e que foi efetivamente implantado no governo Jair Bolsonaro.
O Pix funciona 24 horas, sete dias por semana, entre instituições financeiras, fintechs e instituições de pagamento. De acordo com o relatório do BC, em 2021, 50,8% da população do Acre que detinha alguma conta bancária não realizou transação via Pix ou Transferência Eletrônica Direta (TED) no Estado. O volume alto e crescente movimentado pelo Pix no Acre confirma o processo de inclusão no sistema de transferência eletrônica, como cheque ou DOC. No ano passado, a inclusão em TED/PIX foi de 21,7%, 13ª maior do país no período.
Os dados constam do Relatório de Economia Bancária (REB) 2021, lançado no fim de setembro deste ano pelo Banco Central. O Acre não é o único onde a população tem baixo uso de TED e Pix. “Em estados como Acre, Alagoas, Maranhão, Paraíba e Piauí, mais da metade de suas populações adultas não utiliza os instrumentos de transferência (grupo “Não Usuários Pix/TED”)”, diz o relatório do BC.
O REB trata de um amplo espectro de questões atinentes ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) e às relações entre instituições e seus clientes. Em 2002, uma grande reforma estrutural do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) contribuiu para a redução significativa de riscos e manteve o Sistema Financeiro Nacional (SFN) entre os mais modernos do mundo.
Junto a essa reforma, foi desenvolvido um novo instrumento, a Transferência Eletrônica Disponível (TED), que possibilitou a transferência de valores entre bancos distintos no mesmo dia, trazendo vantagens em relação aos cheques e ao Documento de Crédito (DOC).
O Pix é uma tecnologia brasileira no uso de meios digitais de pagamento: transferência de recursos em poucos segundos, ausência de cobrança de tarifas para envio de recursos por pessoas físicas, disponibilidade 24 horas por dia em todos os dias do ano, incluindo finais de semana, e facilidade de uso com a criação de chaves Pix e com a possibilidade de iniciação por meio de QR Codes.
O Pix obteve ampla aceitação pela população brasileira em curto período. Em pouco mais de um ano, foram atingidas marcas expressivas: cerca de 61% da população adulta com ao menos uma chave Pix cadastrada; cerca de 100 milhões de pessoas realizaram pelo menos um pagamento com o Pix; e mais de 1,4 bilhão de transações por mês, sendo 72% entre pessoas físicas. No centro da contribuição sob análise estão aproximadamente 50 milhões de pessoas que não realizaram transferências por meio da TED nos doze meses anteriores ao lançamento do Pix, mas passaram a utilizar o novo instrumento.
Suas chaves de transação (conhecidas como chaves Pix) podem ser cadastradas utilizando os números do telefone celular, CPF ou CNPJ, e endereço de e-mail do usuário. Também é possível gerar uma chave aleatória (sequência alfanumérica gerada aleatoriamente) para aqueles usuários que não desejam vincular seus dados pessoais às chaves Pix.
A chave Pix permite que o Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) identifique os dados da conta transacional (que é uma conta de depósito à vista, conta de poupança ou conta de pagamento pré-paga) que o usuário mantém na instituição de sua escolha e que foram associados à chave Pix, realizando a transação imediatamente.
SPI é a infraestrutura centralizada onde são liquidadas as transferências de fundos comandadas pelos usuários do Pix e pelas próprias instituições participantes do ecossistema Pix quando resultam em transferências de fundos que afetem as contas de pagamentos instantâneos (conta PI) mantidas pelas instituições junto ao Banco Central do Brasil (BC). Conta PI é mantida no BC por um participante direto do SPI.
O nome escolhido pelo Banco Central, na verdade, não é nenhuma sigla, mas um termo que remete a conceitos como tecnologia, transação e pixel. A ideia é ser tão simples como um bate-papo em redes sociais, inclusive no nome. Ao contrário do que muitos haviam difundido anteriormente, o Pix não é uma criptomoeda, mas sim um meio de pagamento instantâneo. As transações são feitas em real brasileiro (R$).