“Vemos, nos dois polos turísticos do Estado do Acre – o Vale do Acre e Vale do Juruá – que os serviços turísticos estão crescendo de modo espetacular; em alguns lugares, chegando inclusive a números maiores que em 2019”. Esta foi a afirmação do coordenador de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio-AC), João Bosco Nunes, quanto à projeção divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) relacionada ao crescimento do turismo em 2022. Na revisão apontada pela CNC, o aumento subiu de 5,1% para 5,8%.
De acordo com o divulgado pela CNC, para o setor de serviços, a variação do volume de receitas em relação a 2021 foi revista de 2,9% para 3,4%. As alterações das expectativas decorreram do crescimento mensal de 0,7% no faturamento dos serviços, em agosto, apontado hoje pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a agosto do ano passado, a alta de 8% foi a 18ª consecutiva.
O crescimento mensal foi alavancado pelos serviços gerais prestados às famílias, cujo volume de receitas subiu 1%. Especificamente, em agosto de 2022, os preços dos serviços apresentaram a menor alta mensal, de 0,28%, desde novembro do ano passado (quando foi registrado 0,27%).
Para João Bosco Nunes, a CNC acertou precisamente na previsão. “Na verdade, este crescimento já é uma realidade. Vemos nos números da deflação, nos registros de aumento de admissões divulgados pelo Caged. Esta realidade já é completamente visível no trade turístico no Brasil, e o Acre segue esta tendência”, reforçou.
Ainda segundo o coordenador, nos polos turísticos acreanos, os hotéis já voltaram ao pleno funcionamento. “Os segmentos de negócios, eventos e lazer voltaram com força total neste período de pós-pandemia”, afirmou Bosco, apontando como exemplo a Unidade de Turismo e Lazer do Sesc em Cruzeiro do Sul. “O próprio cruzeirense, turistas da região e de todo o Acre estão voltando a frequentar o Sesc, passando finais de semana com a família nas belas e confortáveis instalações da unidade. Agora, com a reabertura do Parque Aquático, há ainda mais visitas. Vemos o turismo doméstico cada vez mais se consolidando no nosso Estado”, disse.
Ano deve terminar com vagas de trabalho no azul
A expectativa da CNC é que os postos de trabalho no turismo brasileiro voltem ao patamar de antes da pandemia a partir do início do período de contratações para a próxima alta temporada. Em 2020, a queda abrupta da atividade levou o setor a eliminar 469,8 mil vagas formais – um encolhimento equivalente a 12% da força de trabalho nessas atividades. As contratações foram, gradativamente, retomadas e, em agosto deste ano, 86% das vagas eliminadas já foram novamente ocupadas. Os destaques são o segmento de bares e restaurantes, com 295,2 mil novos trabalhadores, e o de serviços de hospedagem, com 71,8 mil contratados.
“Desde maio do ano passado, os saldos mensais entre admissões e desligamentos no turismo têm se mostrado positivos e, se o ritmo se mantiver dentro do esperado, 2022 deve encerrar com 309,3 mil postos de trabalho criados”, explica o economista da CNC responsável pela apuração, Fabio Bentes. Segundo ele, os efeitos do aperto monetário devem atingir gradualmente as atividades terciárias nos próximos meses, desacelerando o ritmo de recuperação, sem, no entanto, comprometer a expectativa de avanço do setor neste ano.