Reportagem do jornal Folha de São Paulo veiculada neste domingo (16) cita a deputada federal eleita pelo Acre Meire Serafim (União Brasil) entre os parlamentares que obtiveram êxito nas últimas eleições e que foram alvos de processos ou de investigações nos últimos anos por motivos variados.
De acordo com o jornal, serão pelo menos 80 deputados que têm em seus históricos investigações por suspeita de práticas de crimes ou que responderam a processos criminais ou a civis que podem gerar inelegibilidade.
No caso da política acreana, a acusação é de crime contra a incolumidade pública, que diz respeito a atitudes que causem perigo comum ou coloquem em risco a segurança pública, a segurança dos meios de comunicação, transporte e outros serviços públicos e a saúde pública.
Meire, que é deputada estadual, e seu marido, o prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim, também do União Brasil, são acusados de, em 2020, terem “mantido agenda política intensa, bem como participado de velório e realizado churrasco em sua residência” mesmo infectados por Covid-19.
Em maio de 2020, quando abriu a investigação, o Ministério Público do Acre (MPAC), afirmou que o casal responderia na esfera civil e criminal. Na esfera civil para se descobrir se o prefeito e a deputada cometeram crime de improbidade administrativa. Por terem foro privilegiado, o MP-AC disse que pediu providências sobre o assunto na Procuradoria Geral de Justiça.
À reportagem da Folha, o advogado da parlamentar, Giordano Simplício Jordão confirmou que ela testou positivo para Covid-19 em maio de 2020, mas negou que ela tenha participado de eventos depois disso.
“A deputada, ao sentir os primeiros sintomas, logo procurou uma unidade de saúde para fazer o exame e se isolou, seguindo todos os protocolos do Ministério da Saúde. Quando recebeu o resultado, confirmando sua enfermidade pelo Covid-19, manteve-se em total isolamento para que a propagação não ocorresse”, afirma o advogado, em nota, à Folha.
Meire Serafim atribui o processo a “inverdades criadas por adversários” e diz que é a maior interessada em esclarecer a situação.
Cerca de 40% dos 202 eleitos pela primeira vez para um mandato na Câmara dos Deputados foram alvos de processos ou de investigações nos últimos anos, por suspeitas que envolvem calúnia, mau uso de recursos públicos, estelionato e até homicídio.