O Flamengo é favorito absoluto contra o Athletico Paranaense. A decisão da Libertadores, amanhã, às 17 horas, em Guayaquil, mostra o confronto teoricamente desequilibrado.
Por quê? Basicamente pelo potencial dos seus jogadores, refletidos no preço de mercado.
Um levantamento simples mostra a diferença de potencial econômico entre os clubes.
Com o dinheiro que o Flamengo gastou para ter apenas Gabigol, R$ 95 milhões, seria possível montar 90% da equipe de Felipão.
Um levantamento simples mostra a diferença de potencial econômico entre os clubes.
Com o dinheiro que o Flamengo gastou para ter apenas Gabigol, R$ 95 milhões, seria possível montar 90% da equipe de Felipão.
A decisão também tem um lado absolutamente inesperado.
No começo de 2022 ninguém apostaria que Dorival Júnior e Felipão estariam decidindo a Libertadores.
Ambos estavam desempregados.
Sim, sem clubes.
Dorival estava recuperado de um câncer na próstata, buscando equipes. Até que o Ceará o contratou, em março. Foi para o Flamengo em junho.
Felipão havia sido demitido em outubro de 2021 do Grêmio. E estudava a aposentadoria como treinador e trabalhar como coordenador de futebol. Quando Petraglia o convenceu a ser “técnico temporário” no lugar de Fábio Carille. Quando encontrassem um profissional que confiassem, Felipão assumiria como coordenador.
Só que o time deu “certo demais” com Felipão, tanto que está na final da Libertadores.
Haverá outro duelo interessante amanhã. Gabigol e Vítor Roque. O atacante do Flamengo vive seus últimos momentos de sonho de disputar a Copa do Mundo do Catar. Ele não é mais convocado por Tite desde janeiro. Perdeu seu espaço para Pedro.
Vítor Roque é o jogador que mais doeu na alma de Ronaldo ver sair do Cruzeiro. O jogador de 17 anos tem enorme potencial. Arranque, drible e frieza para marcar. O Athletico pagou a multa rescisória baixíssima de R$ 24 milhões e levou o garoto. Felipão está ensaiando começar o jogo com o experiente Pablo, mas Vítor Roque entrará na partida. Com a missão de mudar o ritmo do ataque athleticano.
Aos 37 anos, Fernandinho deixou o Manchester City, onde fez história, em plena forma. E assumiu a liderança do Athletico de maneira impressionante. Trouxe personalidade, confiança e intensidade que faltavam há anos ao time.
Ele será peça fundamental para tentar travar o cerebral meio-campo flamenguista. Principalmente vigiar o mais talentoso meia que atua no futebol brasileiro: Arrascaeta. O jogador cresceu demais nas mãos de Dorival Júnior, que o deixa ocupar o setor onde mais gosta, onde mais rende: ns intermediárias, com liberdade para se focar na ofensiva, pegando a bola mais descansado, para arranques, chutes, dribles desconcertantes.
Não por acaso, ontem, no Equador, as duas equipes treinaram demais bolas paradas. Felipão e Dorival acreditam que tanto Flamengo quanto Athletico têm graves problemas nos cruzamentos.
E apostam que um escanteio ou falta lateral podem decidir a final.
Mas será o lado psicológico que pesará nesta decisão.
Dorival tenta convencer seus atletas a não se deixarem levar pelo favoritismo.
E Felipão apela para o velho truque do “vamos provar que todos estão errados e derrubar o ‘favorito”’.
Além disso estarão frente a frente duas filosofias administrativas.
A de ‘mão de ferro’ de Petraglia, contra o confronto eterno entre as várias alas flamenguistas pelo poder.
Ser campeão vale 16 milhões de dólares, R$ 85 milhões.
Vice, 6 milhões de dólares, R$ 32 milhões.
E o privilégio de disputar o Mundial de Clubes.
Na teoria, não há como negar o favorismo rubro-negro.
Mas não há como desprezar o Athletico de Felipão.
O Brasil estará muito bem representado em mais esta final de Libertadores.