Duas novas espécies de anfíbios do gênero Allobates foram descobertas no Amazonas, por meio de pesquisa feita pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Os anuros – anfíbios que não possuem caldas, representados na natureza pelos sapos, rãs e pererecas – foram localizados na Reserva Extrativista do Baixo Juruá e na Floresta Nacional de Tefé, unidades de conservação localizadas no interior.
De acordo com a doutora em Ecologia e coordenadora do projeto, Albertina Pimental Lima, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), as novas espécies foram detectadas na primeira amostragem da pesquisa, que está em andamento.
Conforme a pesquisadora, há potencial para novas descobertas científicas no decorrer do projeto, iniciado em março deste ano.
“Nós conseguimos registrar duas espécies novas de Allobates. Até o momento, realizamos as compras do material para a extração de sequência genética. Já estamos realizando o sequenciamento do material coletado, e iniciamos a descrição das duas espécies”, destacou Albertina.
Segundo a pesquisadora, um dos objetivos do projeto será treinar moradores de comunidades locais para identificar e coletar corretamente os anuros.
A pesquisa, intitulada “A Mega Diversidade Escondida de Anuros nas Regiões Periféricas do Estado do Amazonas” também pretende confeccionar pôsteres e produzir guias com diversos dados, entre os quais, os nomes populares e científicos das espécies de anuros que habitam as unidades de conservação analisadas no projeto, conforme a Fapeam.
Ao todo, sete pesquisadores, parte destes, inclusive, de fora do Brasil, integram ou colaboram com o projeto, e participam da coleta dos animais e das descrições das espécies.
Entre as instituições representadas na pesquisa estão o Inpa, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
O estudo conta com fomento do Programa Biodiversa/Fapeam, edital Nº 007/2021.
A ação apoia propostas de pesquisa científica, tecnológica e/ou de inovação coordenadas por pesquisadores residentes no estado do Amazonas, vinculados às instituições de pesquisa ou ensino superior ou centros de pesquisa de natureza pública ou privada sem fins lucrativos.
Elas são voltadas para caracterização, conservação, restauração, uso sustentável do meio ambiente e exploração sustentável da diversidade Amazônica.