Até às 11 horas da manhã desta terça-feira (8), homens da Força Nacional não haviam desembarcado no Acre para apoiar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) contra bloqueios em rodovias federais porque, até o momento, nas duas estradas federais que cortam o Estado acreano, a BR-364 e a 317, não há mais protestos de manifestantes que apoiam o presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas eleições do último dia 30.
Nesta manhã, o Ministério da Justiça autorizou a Força Nacional a apoiar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) contra os bloqueios em rodovias federais em Rondônia, onde há o registro de pelo menos seis pontos de interdição, todos na BR-364, no trecho entre Vilhena a Porto Velho.
Veja onde estão os bloqueios, segundo a PRF:
BR 364 KM 16 – Vilhena
BR 364 KM 234 – Cacoal
BR 364 KM 383 – Ouro Preto
BR 364 KM 423 – Jaru
BR 364 KM 512 – Ariquemes
BR 364 KM 512 – Ariquemes
Os bloqueios na BR-364, mesmo em território rondoniense, afetam o Acre porque todo o abastecimento da capital Rio Branco e da grande maioria dos municípios depende da estrada, por onde trafegam as mercadorias necessárias ao consumo da população local. Na semana passada, por causa dos bloqueios em trechos da mesma rodovia, chegou a faltar até cerveja, segundo informou o presidente da Associação dos Bares, restaurantes, Convênias e Eventos do Acre, Leôncio Castro.
Os bloqueios são registrados no estado desde o dia 30 de outubro, quando houve o resultado do segundo turno das eleições.
Além de Rondônia, há bloqueios em outros estados, segundo a PRF. São pelo menos 15 pontos, entre parciais e totais.
A repressão aos movimentos também se intensificou por parte do Supremo tribunal Federal(STF), através dos despachos do ministro Alexandre de Moraes. Assim como fez com pecuaristas do Acre, Alexandre Moraes quer saber quem mais financia movimentos antidemocráticos no país. Agora, o STF agora quer saber até quais as placas dos veículos utilizados no bloqueio das rodovias e manifestações nas frentes dos quartéis. O ministro mandou a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e também as polícias Civil e Militar de todos os estados e do Distrito Federal enviarem informações sobre a identificação de líderes, organizadores e financiadores dos atos antidemocráticos nas frentes dos quartéis das Forças Armadas, segundo informou a assessoria de imprensa do STF.
De acordo com o órgão, o ministro estabeleceu o prazo de 48 horas para receber o envio de informações sobre as ocupações em todo o país, como a que ocorre em Rio Branco, na Rua Colômbia, na frente do quartel do 4º BIS (Batalhão de Infantaria e Selva). Mesmo com decisões para o não fechamento da rua, alguns manifestantes têm voltado ao local, mas sem ocuparem a rua. Eles estão atrás de grades colocadas ao longo da rua pela Polícia Militar. Também não há carros na rua, como ocorria nos primeiros dias de manifestações.
O ministro Alexandre de Moraes também cobrou os dados de identificação dos respectivos proprietários dos veículos envolvidos nos bloqueios de estradas e nas manifestações nos quarteis, sejam pessoas físicas ou jurídicas.
“Determino, ainda, informem se identificaram líderes, organizadores e/ou financiadores dos referidos atos antidemocráticos, com a remessa dos dados e providências realizadas. Fixo o prazo em 48 (quarenta e oito horas)”, disse o ministro em seu despacho.