Início da recuperação
Em novembro do ano passado, o g1 teve acesso a um vídeo em que ele aparece em uma espécie de andador e consegue dar alguns passos durante o tratamento de recuperação.
Porém, quando ainda estava no abrigo da prefeitura, o imigrante se negava a continuar com o tratamento porque, segundo a assistente social do abrigo, Adriana Ferreira, ele queria voltar para o país dele e estava pressionando por essa viagem.
Na mesma época foi pedido suporte de saúde mental para ele, que segue sendo acompanhado por uma equipe multidisciplinar.
Jacquenue Bosquet faz constantes terapias — Foto: Arquivo pessoal
Resgate
O haitiano foi transferido para a capital acreana no dia 26 de julho do ano passado devido à gravidade dos ferimentos. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros no dia 24 daquele mês, quando foi avistado por moradores da região.
Após seis dias no Pronto-socorro da capital, onde passou por uma cirurgia, ele foi levado para a Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre) no dia 1º de agosto, onde ficou internado até o dia 16 de agosto até ir para o abrigo da prefeitura, onde ficou até a semana passada.
Ele fraturou a segunda vértebra lombar e passou por uma cirurgia para conseguir voltar a sentar, mas os diagnósticos iniciais diziam que ele não voltaria a andar.
Fluxo migratório
Em fevereiro de 2021, a Ponte da Integração foi ocupada por mais de 300 imigrantes. Na época, o município chegou a ter mais de 600 imigrantes, sendo que alguns ficavam nos dois abrigos montados pela prefeitura e outros acampados na ponte.
Por estar na fronteira do Brasil com o Peru, o município de Assis Brasil registra um fluxo migratório considerável. Os grupos têm encontrado rotas alternativas para passar para o Peru, mesmo com a fronteira fechada e, por isso, não ficam mais retidos no abrigo da cidade.
O movimento na cidade é tanto de imigrantes que chegam pelo Peru com destino às cidades brasileiras como aqueles que querem deixar o Brasil e encontram meios alternativos para passar.
Com a Ponte da Integração fechada, muitos conseguem atravessar de barco e depois pagam os chamados coiotes para seguir viagem pelo Peru até chegar em outros países.
Rotas
São duas situações que fizeram com que o número de imigrantes crescesse na cidade de Assis Brasil; a primeira, a de imigrantes que entraram no Brasil entre 2010 e 2016 em busca de uma vida melhor e, com a crise da pandemia, tentam sair do país para seguir viagem até México, Canadá, Estados Unidos e outros países.
A segunda é que o Peru, mesmo fechando a passagem para a entrada de imigrantes, libera a saída deles para o lado brasileiro, então, é uma porta de entrada para venezuelanos que buscam melhores em estados brasileiros.
Alguns dos imigrantes retidos no Acre também tentam uma rota alternativa para chegar na Bolívia e de lá seguir viagem.