Do G1
Trecho inédito de um vídeo obtido pelo g1 mostra um dos quatro policiais militares de Guarujá, no litoral de São Paulo, que foram presos após a morte de um suspeito desarmado, dizendo a outro acusado para “morrer na moral aí” (no sentido de morrer “sem incomodar”) após atirar no peito dele.
No áudio, captado pela câmera do uniforme de um dos policiais, é possível ouvir o homem implorando para que fosse levado ao hospital.
“Por favor, senhor, me leva para o hospital”, diz Vitor Hugo Paixão Coutinho, de 19 anos, ao cabo da PM Diego Nascimento de Souza logo depois de ser baleado pelo policial.
Em resposta, o PM diz para ele se acalmar e acrescenta: “Morre na moral aí”. Vitor sobreviveu aos disparos.
Os quatro PMs tiveram a prisão preventiva determinada pela Justiça após o episódio, que resultou também na morte de um homem já rendido e apontado como comparsa de Vitor no assalto a uma casa em Bertioga. O caso foi abordado pelo Fantástico.
Os advogados dos policiais alegam que eles agiram em legítima defesa.
Os advogados dos quatro policiais alegam que eles agiram em legítima defesa e negam que eles tenham tentado obstruir a gravação das câmeras.
“Não podemos tirar essa legitimidade da ocorrência. A justa agressão era iminente. Eu sei que o Diego efetuou disparos. Em relação a como se deu a ocorrência, só o laudo pericial poderá apontar”, disse Filipe Molina, advogado de Diego Nascimento e também de Eduardo Maciel.
Emerson Lima Tauyl, advogado do PM Paulo Ricardo da Silva, argumentou que, em situações como essa, as coisas se desenrolam muito rapidamente.
“Tudo acontece em frações de segundos que, infelizmente ou felizmente, podem custar a vida de pessoas. O Paulo Ricardo trabalha em um pelotão de forças especiais. Policial que trabalha nesses pelotões fica muito mais suscetível a esse tipo de confronto”, afirmou.
Já Renan de Lima Claro, advogado de Israel Morais, justificou que não era possível saber de antemão que a arma dos acusados era uma imitação. “O policial não tem conhecimento prévio, em uma situação de combate, que se trata de um simulacro”, disse.