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Marcus Alexandre no PP de Gladson? Leia na Coluna da Angélica Paiva

Foto: O Acre Agora

Olhar de perdição

O ex-petista Marcus Alexandre, seria a mais nova liderança política seduzida pelos olhos azuis do governador Gladson Cameli (PP). Fontes do Palácio garantem que encontros e conversas se sucedem com vistas à eleição municipal de 2024. Considerado o candidato mais forte para a prefeitura de Rio Branco, Marcus Alexandre estaria a um passo de se filiar ao Progressistas. Nada de novo na intenção. Segue apenas o roteiro de lideranças petistas que mudaram de lado para sobreviver politicamente. Dos quatro prefeitos eleitos pelo partido, apenas Bira Vasconcelos de Xapuri permanece no PT. Ao contrário do ex-senador Roberto Requião que trocou o MDB pelo PT e não poupa críticas ao seu partido atual, Marcus Alexandre é discreto. Não esclarece o motivo de seu desligamento do Partido dos Trabalhadores, mas a coisa toda tem uma aura de decepção. Dizem que Marcus não engoliu ter que trocar uma candidatura vitoriosa de deputado pela aventura desastrada de ser vice na chapa encabeçada por Jorge Viana (PT).

Candidatos

O governador Gladson Cameli andou anunciando que apoiaria Tião Bocalom (PP) para a reeleição à prefeitura de Rio Branco. Ninguém acreditou. A deputada federal Socorro Néri, candidata apoiada por Cameli na última eleição municipal, também foi cogitada mas teria declinado. Socorro preferiria permanecer no mandato de federal e além disso estaria em tratamento de saúde, o que tornaria a campanha muito difícil. O nome do diretor-presidente do Deracre, Petrônio Antunes, também andou aparecendo e ao que parece ele gostou da ideia. Uma candidatura de Marcus Alexandre com o apoio governamental liquidaria a fatura. Resta saber se ele realmente está disposto a dar esta guinada. Pelas informações, está.

Candidatos II

Não menosprezem a possibilidade do médico infectologista e ex-deputado estadual Jenilson Leite disputar com sucesso a prefeitura da capital. Já provou que é bom de votos. Obteve 65.522 votos em uma candidatura solo ao Senado, sem candidato ao governo, sem o apoio de nenhum partido a não ser o seu PSB e sem as cifras milionárias que marcaram candidaturas adversárias. Se fechar os apoios do PSD de Sérgio Petecão e do MDB de Flaviano Melo, terá musculatura para a disputa. O sonho de Flaviano aliás, era ter Jenilson como vice de Mara Rocha na eleição de 2022. O cenário mais difícil que se desenha é o do PT sem Marcus Alexandre. A puxada de tapete dada em Jenilson na última eleição, poderia unir os dois. Jenilson mantém o contato com a população através de seu trabalho como médico e em lives nas quais orienta sobre saúde. E não, não é cedo para especular. A próxima campanha no Acre começa assim que o TRE divulga o resultado da eleição.

Cabeça de burro

A prefeitura de Cruzeiro do Sul parece ter uma cabeça de burro enterrada na entrada. Não é possível que toda a administração tenha problemas com a Lei. Iderlei Cordeiro (PP), teve o mandato cassado. A irmã dele Idelcleide que era chefe de gabinete foi presa pela Polícia Federal. Na administração Zequinha Lima (PP), nova operação da PF mira a Secretaria Municipal de Educação, o secretário e a filha dele e Zequinha enfrenta suspeitas de gasto de 15 milhões de reais em combustível em ano de eleição, 14 milhões a mais que o gasto com combustível no ano anterior que foi de 1 milhão e 326 mil. Clodoaldo Rodrigues, que era o presidente da Câmara de Vereadores assumiu a prefeitura, após o afastamento de Iderlei.  Cordeiro apostou todas as fichas na eleição da esposa Keiliane a deputada federal. Não obteve sucesso. Clodoaldo foi eleito deputado estadual mas as operações da PF continuam em Cruzeiro do Sul. Aguardemos.

1ª Dama

Pesquisa Quaest divulgada na semana passada mostra que Janja supera Michelle Bolsonaro em popularidade. Segundo a pesquisa, Janja pontuou 41% de aprovação como 1ª dama contra 35% de Michelle. Só para constar, porque 1ª Dama não é cargo e só um apêndice do cargo do marido que pode causar mais estrago do que trazer benefício ao mandato.  O Acre não tem primeira Dama, desde a separação de Ana Paula e Gladson. Também não teve  nos governos Jorge Viana (pelo menos oficialmente). Na época, emissários do governo percorriam as redações para impedir divulgação de fotos da namorada do então governador. Gladson assumiu a separação publicamente através de um post no Instagram e Ana Paula apareceu digna e linda  na posse do irmão Nicolau Júnior (PP).  Dulce Figueiredo, esposa do último presidente militar, general João Figueiredo, foi primeira-dama do Brasil de 1979 a 1985, rompeu com a tradição de comandar a Legião Brasileira de Assistência (LBA) por entender que seria muito trabalho e notabilizou-se por seu jeito extravagante, com roupas curtas para a época, jóias e maquiagem, e por ser frequentadora assídua das boates mais badaladas.

Vítima

Dulce Figueiredo teria sido vítima do machismo mais intenso na época por não abrir mão de ser autêntica. O que provocou uma série de críticas apesar do controle sobre os órgãos de imprensa. A música João e Maria de Chico Buarque, segundo analistas é uma crítica velada ao general-presidente João Figueiredo e reservou espaço para Dulce nos versos: “E você era a princesa que eu fiz coroar. E era tão linda de se admirar. Que andava nua pelo meu país”. Digo tudo isso para mostrar o tradicionalismo hipócrita que leva as pessoas a confundirem vida pública com privada e curva os políticos a isso. O que interessa é o que políticos fazem na vida pública. A vida privada é questão pessoal, exceto quando as duas se misturam e atingem a população. O resto é fofoca.

Exposto

O senador general Hamilton Mourão (Republicanos) recebeu no Palácio do Planalto em 9 de março de 2019, quando era vice-presidente do Brasil,  o megratraficante internacional de cocaína Milton Constantino apontado como sócio de Fernandinho Beira-Mar. Constantino, um ex-militar que foi preso pela Polícia Federal 8 meses depois da visita, acusado de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa. Na visita ao então vice-presidente general, Constantino foi acompanhado de quatro reservistas para sugerir  propostas visando, em especial, uma participação mais efetiva dos reservistas das Forças Armadas Brasileira junto à sociedade brasileira. Além disso foi descoberto que Mourão gastou R$ 3,8 milhões com o cartão corporativo ao longo dos quatros anos de mandato. Seriam 950 mil por ano se dividido este valor em partes iguais pelos 4 anos de mandato. Ocorre que 1 milhão e 626 reais foram gastos apenas em 2022, ano eleitoral.

Mudança

O aparecimento de pessoas desconhecidas que se apresentam como jornalistas sem nunca terem feito  matérias na Assembleia Legislativa está criando problemas. A ponto da Coordenadoria de Comunicação enviar um comunicado às redações dando conta da exigência de identificação através da carteira de jornalista ou crachá de identificação emitido pela empresa a qual o profissional presta serviço, estabelecendo isso como regra para ter acesso a Sala das Comissões, Salão Azul e Plenário. Apesar de válida, a medida preventiva revoltou os jornalistas mais antigos que atuam há mais tempo que muitos deputados. A revolta se manifestou nos grupos de jornalistas. Um deles desabafou “daqui a pouco até o Dom Joaquim terá que apresentar a batina para entrar na casa do povo”. A Coordenadoria entretanto explica que nenhum jornalista de fato será impedido de fazer seu trabalho. A medida é restrita aos que tentam se passar por jornalistas para ter acesso ao interior da casa.

Mal na foto

O prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim (União), não vive seus melhores dias. A população reclama da cidade esburacada e os funcionários denunciam atraso no pagamento dos salários. Para completar, o município está impedido de receber os recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O impedimento de acesso ao FPM só acontece por algum tipo de irregularidade financeira. Em Sena corre a história que o prefeito estaria disposto a renunciar para cuidar do mandato da esposa Meire Serafim (União), deputada federal. Aliás, os bastidores da política são pródigos em “causos” de domínio dos mandatos de Meire pelo marido Mazinho.

Dor de ouvido

Dói nos ouvidos a insistência de deputados calouros, tanto estaduais como federais, em dizer que vão trabalhar pelo bem do povo. Já assumiram os mandatos. A hora é de descer do palanque e recolher as frases de efeito. Agora é mostrar o trabalho pelo qual serão cobrados. Até porque se os eleitos não são bobos, os eleitores também não são e ninguém tem a boca adoçada por palavras. O eleitor quer o retorno do investimento e quem não quiser críticas que não entre para a vida pública. A política é um espaço cheio de especialistas em apagar brilho de estrelas. Principalmente as fajutas. Fica a dica.

Bom dia governador Gladson Cameli. É verdade que Vossa Excelência se prepara para fazer mudanças no primeiro escalão envolvendo o atual Secretário da Fazenda Rômulo Grandidier?

Esta é uma coluna de opinião.

Contato angellica.paiva@gmail.com

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