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Partidos que apoiaram Bolsonaro chantageiam Lula por cargos

O Progressistas, conhecido como PP, partido comandado por Arthur Lira (AL), presidente da Câmara, e o senador Ciro Nogueira (PI), ex-chefe da Casa Civil de Bolsonaro, encontrou uma maneira engenhosa de apoiar o governo Lula: formar uma federação com o Avante e o União-Brasil, que já dizem apoiar.

Há controvérsia se esses de fato apoiam. Isso só saberá quando o Congresso começar a votar projetos do governo. Se o acordo sair, os três partidos reunirão 115 deputados federais e 15 senadores e poderão negociar cargos no governo de uma posição de força. Nas eleições, o PP apoiou Bolsonaro, o União, Bolsonaro e Lula.

O União, presidido pelo deputado Luciano Bivar (PE), é hoje a 3ª maior bancada na Câmara e a 4ª no Senado, com um total de 68 parlamentares. Já emplacou três ministros no governo: do Turismo, das Comunicações e da Integração Nacional. Mas acha pouco. Quer cargos no segundo escalão com orçamentos robustos.

Cargos do tipo: as presidências da Codevasp (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) e do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas). Bivar justifica, e seus possíveis sócios assinam embaixo:

“Com qualquer órgão nacional desses, fica mais fácil convencer os deputados a apoiarem o governo”.

Se apoiarem de fato, e se o governo chegar ao fim com chances de eleger o sucessor de Lula ou de reeleger o próprio Lula, seguirão apoiando. Se não, apoiarão quem possa derrotar o PT. O Brasil não tem partidos. Segundo o sociólogo Antônio Lavareda, o que tem são empreendedores – 513 na Câmara e 81 no Senado.

Por Metrópoles