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Policial que ameaçou de morte liderança indígena do Acre é afastado das funções

O policial civil José Francisco Bezerra de Menezes, acusado de ameaçar de morte a liderança indígena Benki Piyãko, foi afastado das funções por 30 dias e teve a arma recolhida, nesta segunda-feira, 27.

Ao G1, o delegado-geral da Polícia Civil, Henrique Maciel, disse que o caso chegou ao conhecimento das autoridades de Segurança Pública no domingo (26). De acordo com a denúncia, a ameaça teria ocorrido no sábado, 25.

De acordo com testemunhas, o acusado José Francisco teria chegado embriagado, armado e fez ameaças ao líder indígena e sua família, durante uma festa de aniversário na Terra Indígena Kampa. Em seguida, foi contido pelos convidados e, ao chegar no porto da casa do Benki, ele sacou da arma e disparou.

“Nós determinamos a Corregedoria para apurar esse caso com a abertura de um inquérito policial na esfera criminal e administrativo e também o afastamento das funções por um período de 30 dias e recolhimento da arma dele. O corregedor-geral da Polícia Civil e equipe estão indo ao local nesta segunda-feira [27] para apurar a denúncia. Essas medidas na área administrativa são preventivas e vamos agora aguardar as investigações”, disse o delegado.

O policial civil estava lotado em Marechal Thaumaturgo de forma temporária. Com decisão de afastamento, para a investigação, José deve retornar para Cruzeiro do Sul, onde vai seguir afastado das funções pelo período inicial de 30 dias.

O jornalista Altino Machado foi um dos interlocutores, que auxiliaram para a denúncia chegasse as autoridades de segurança. Em suas redes sociais, Altino ecoou a denúncia feita pelo antropólogo Domingos Silva.

“O líder indígena Benki Piãnco, da etnia ashaninka, é mais conhecido mundialmente, na atualidade, do que era Chico Mendes quando foi assassinado em Xapuri (AC), em 1988. Portanto, é preciso muita vigilância para evitar que a ameaça de morte contra ele seja executada. Apenas a retirada da arma do policial de Mal. Thaumaturgo que o ameaça não afasta o perigo do assassinato”, disse Machado.

Benki Piyãko é uma das lideranças indígenas mais conhecidas da região e foi um dos acreanos anunciados pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, para compor as equipes técnicas do governo de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Benki é integrante do povo Ashaninka do Alto Juruá.

por g1