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Tropa de 100 policiais da Força Nacional chegam a Roraima para atuar na Terra Yanomami

Uma tropa com 100 policiais da Força Nacional chegou a Boa Vista na noite dessa terça-feira (8) para reforçar a segurança na Terra Indígena Yanomami, onde há invasão de garimpeiros e indígenas doentes, principalmente, com malária e desnutrição por conta dos invasores ilegais no território.

Os agentes chegaram em um avião da Força Aérea Brasileira. Inicialmente, eles devem atuar na proteção das bases da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e na segurança dos 68 polos de atendimento médico dentro do território indígena.

As base dos policiais em Boa Vista será em um alojamento no parque de Exposições Dandãezinho, região do Monte Cristo, zona Rural da cidade. O espaço é do governo do estado.

Além disso, chega nesta quarta-feira (8) a Boa Vista uma comitiva do governo federal para tratar sobre a retirada de garimpeiros ilegais da Terra Yanomami. Integram o grupo o ministro da Defesa, José Múcio, comandantes das Forças Armadas (Exército, Aeronáutica e Marinha), e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.

Eles cumprem agenda – ainda não divulgada, na capital, e há previsão de irem até Surucucu, dentro da Terra Yanomami, onde há um pelotão do Exército e uma unidade de saúde considerada referência dentro do território – é para esta unidade que os indígenas resgatados são levados e, de lá, seguem para Boa Vista.

Garimpeiros se revoltam com preço de voos ilegais e ocupam pista na Terra Yanomami

A estimativa é que ao menos 20 mil garimpeiros estejam na Terra Indígena Yanomami. A ação ilegal deles causou uma crise humanitária sem precedentes no território. São pouco mais de 30 mil Yanomami na área que deveria, por lei, ser preservada. No entanto, tem sofrido com o avanço do garimpo ilegal, que só em 2022 cresceu 54%.

A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente. A ação aumenta o desmatamento, poluição de rios devido ao uso do mercúrio, e causa prejuízos para a caça e a pesca. Tudo isso, impacta nos recursos naturais essenciais à sobrevivência dos indígenas na floresta.

Doentes, os adultos não conseguem buscar comida para a família ou cultivar plantações na terra devastada, o que impacta na dieta das crianças, as mais fragilizadas. É um ciclo que leva à fome e tem provocado a grave crise humanitária no território.

Por Valéria Oliveira e Luciano Abreu, g1 RR e Rede Amazônica