Vários deputados que compõem a base do governador Gladson Cameli (PP), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), se manifestaram, nesta quinta-feira, 9, sobre a terceira fase da Operação Ptolomeu – instigação que tem o intuito de desarticular suposta organização criminosa envolvida em ilícitos de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à cúpula do Governo do Estado do Acre.
Entre os parlamentares que defenderam a inocência de Cameli, estão a líder do governo na Aleac, deputada Michelle Melo (PDT), o primeiro secretário do Legislativo Estadual, Nicolau Júnior (PP), e o deputado Tadeu Hassem (Republicanos).
Em nota, Tadeu disse acreditar na seriedade do governo. “Quero declarar solidariedade ao governador Gladson. Sua seriedade na forma de administrar o Estado é admirável. Estou certo de que, ao final das investigações, tudo será elucidado”, afirmou.
Segundo Nicolau, que é irmão da ex-mulher de Cameli, a população confia no governador. “Conheço o caráter e a conduta do governador, por isso venho publicamente ratificar minha confiança nele. O povo do Acre igual a mim também acredita, porque se não acreditasse não teria dado a ele um novo mandato no primeiro turno, como fizeram na eleição”.
Já a líder do governo na Aleac, Michelle Melo, manteve a mesma posição de Cameli e disse acreditar na “transparência” do processo investigativo.
Em uma nota conjunta, os partidos do campo progressistas – PT, PCdoB, PCB, Psol, Rede Sustentabilidade e PV – lamentaram que o Acre protagonize uma notícia de investigação de corrupção nos veículos nacionais e cobraram explicações.
Veja a nota na íntegra:
As Direções Estaduais do PT, PCdoB, PV, PSOL, REDE e PCB Acre lamentam que, mais uma vez, o Acre apareça, negativamente, como notícia nos principais veículos de comunicação do país.
As investigações apontam para a existência de um grave esquema de corrupção no governo do Acre. Essa 3ª Fase da Operação Ptolomeu, com o bloqueio de mais de R$ 120 milhões em bens dos investigados (dos quais R$ 10 milhões se referem ao valor de veículos, de uma aeronave e de imóveis de propriedade do próprio governador Gladson Cameli) dá a dimensão da sangria que pode estar ocorrendo nos cofres públicos, nos últimos anos.
A sociedade acreana precisa urgentemente que as investigações tenham uma conclusão, e os investigados sejam processados e julgados, separando inocentes de culpados.
A manutenção dos investigados em seus cargos pode ter contribuído para que recursos oriundos desse esquema tenham sido destinados ao financiamento ilícito de candidaturas nas Eleições de 2022, o que pode levar a questionamentos futuros sobre a legitimidade e a lisura do resultado do pleito eleitoral local.
O governador Gladson Cameli, na condição de Chefe-do-Governo do Acre deve dar explicações imediatas à sociedade acreana pois, ativa ou passivamente, ele já é parte do maior escândalo de corrupção da história de nosso estado.
Maria Meirelles/A Gazeta do Acre