18 abril 2024

Trio acusado pela morte de pastor em arrastão na Transacreana passa por júri popular no AC

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Pastor Raimundo de Araújo Costa, de 62 anos, foi morto com um tiro durante arrastão em abril de 2021 — Foto: Arquivo da família

Após mais de 12 horas de julgamento, o júri popular decidiu condenar um réu e absolver outros dois pela morte do pastor Raimundo de Araújo da Costa, em abril de 2021. O julgamento ocorreu na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco nesta terça-feira (14) e terminou por volta das 21h10.

Hualeson Peireira Cavalcante, vulgo “Ualan”, foi condenado incialmente a 15 anos, mas teve a pena aumentada para a 26 anos e 8 meses de prisão por causa das agravantes: o emprego de meio cruel, o recurso que dificultou a defesa da vítima e crime praticado contra maior de 60 anos. O regime inicial é fechado e ele não pode recorrer em liberdade.

“Visto que uma pessoa foi cruelmente assassinada por simplesmente discordar de sua postura, demonstrando desta forma que o acusado é pessoa altamente nociva à sociedade. Ademais, Hualeson colaria com facção criminosa”, diz a decisão.

Foram absolvidos Raimundo Nonato Nascimento Cavalcante, vulgo “Peteca”, e Gerson Feitosa Ferreira Júnior. O Ministério Público recorreu da sentença em relação a Raimundo Nonato. Durante os debates, o MP pediu a absolvição apenas de Gerson Feitosa, por entender falta de provas para condenação.

A juíza Luana Cláudia de Albuquerque Campos, que assina a decisão, determinou que a caixa de munições apreendida nos autos seja enviada para o Exército Brasileiro. Um celular apreendido deve ser devolvido ao dono mediante comprovação da propriedade até o trânsito em julgado da sentença. Transcorrido o prazo sem qualquer pedido, deve ser doado em favor da Delegacia de Homicídios – DHPP.

A morte do pastor ocorreu durante um arrastão no km 70 da Estrada Transacreana, na Rodovia AC-90, zona rural da capital acreana, que terminou com o roubo de vários objetos.

Hualeson Pereira Cavalcante, vulgo “Ualan”, Raimundo Nonato Nascimento Cavalcante, vulgo “Peteca”, e Gerson Feitosa Ferreira Júnior foram julgados pelo crime de homicídio qualificado.

Ao menos oito testemunhas foram ouvidas durante o julgamento, além dos réus.

Em setembro de 2021, a Justiça aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Acre (MP-AC). Além dos três que vão à júri, Clodoaldo Bruno de Oliveira, vulgo “Bocão”, também foi denunciado, mas estava foragido até o dia 22 de dezembro do ano passado, quando foi capturado pela Polícia Civil na zona rural de Feijó, durante cumprimento de mandado de prisão. Por conta disso, o processo dele chegou a ficar suspenso e foi desmembrado.

De acordo com o processo, Clodoaldo Bruno, Hualeson Pereira Cavalcante, Raimundo Nonato Nascimento Cavalcante e um adolescente de 17 anos estavam em um carro conduzido por Gerson Feitosa Ferreira Júnior, quando decidiram matar o pastor.

O júri de Gerson Feitosa Ferreira Júnior chegou a ser marcado em novembro do ano passado, mas após pedido do Ministério Público do Acre (MP-AC), a 1ª Vara do Tribunal do Júri adiou o julgamento dele e remarcou junto com os demais réus.

Local onde o pastor estava quando aconteceu o arrastão  — Foto: Reprodução
Local onde o pastor estava quando aconteceu o arrastão — Foto: Reprodução

Crime

O pastor e colono Raimundo de Araújo Costa, de 62 anos, foi assassinado com um tiro ao ter a propriedade invadida na noite de 9 de abril de 2021. Os suspeitos do homicídio fizeram um arrastão e roubaram diversos moradores.

A ação criminosa teria se estendido por dois dias. Um motorista de aplicativo foi preso na entrada do Ramal Macarajuba, no km 68 da rodovia. A polícia conseguiu ainda recuperar alguns bens roubados durante o arrastão.

Segundo a polícia, o grupo de criminosos fez 25 pessoas reféns em uma propriedade da Estrada Transacreana. Os bandidos levaram motocicletas, dinheiro, roupas, gerador de energia, eletrodomésticos, rifle de pressão, celulares, roçadeiras e armas.

Por g1 AC

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