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Trio acusado pela morte de pastor em arrastão na Transacreana passa por júri popular no AC

Pastor Raimundo de Araújo Costa, de 62 anos, foi morto com um tiro durante arrastão em abril de 2021 — Foto: Arquivo da família

Após mais de 12 horas de julgamento, o júri popular decidiu condenar um réu e absolver outros dois pela morte do pastor Raimundo de Araújo da Costa, em abril de 2021. O julgamento ocorreu na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco nesta terça-feira (14) e terminou por volta das 21h10.

Hualeson Peireira Cavalcante, vulgo “Ualan”, foi condenado incialmente a 15 anos, mas teve a pena aumentada para a 26 anos e 8 meses de prisão por causa das agravantes: o emprego de meio cruel, o recurso que dificultou a defesa da vítima e crime praticado contra maior de 60 anos. O regime inicial é fechado e ele não pode recorrer em liberdade.

“Visto que uma pessoa foi cruelmente assassinada por simplesmente discordar de sua postura, demonstrando desta forma que o acusado é pessoa altamente nociva à sociedade. Ademais, Hualeson colaria com facção criminosa”, diz a decisão.

Foram absolvidos Raimundo Nonato Nascimento Cavalcante, vulgo “Peteca”, e Gerson Feitosa Ferreira Júnior. O Ministério Público recorreu da sentença em relação a Raimundo Nonato. Durante os debates, o MP pediu a absolvição apenas de Gerson Feitosa, por entender falta de provas para condenação.

A juíza Luana Cláudia de Albuquerque Campos, que assina a decisão, determinou que a caixa de munições apreendida nos autos seja enviada para o Exército Brasileiro. Um celular apreendido deve ser devolvido ao dono mediante comprovação da propriedade até o trânsito em julgado da sentença. Transcorrido o prazo sem qualquer pedido, deve ser doado em favor da Delegacia de Homicídios – DHPP.

A morte do pastor ocorreu durante um arrastão no km 70 da Estrada Transacreana, na Rodovia AC-90, zona rural da capital acreana, que terminou com o roubo de vários objetos.

Hualeson Pereira Cavalcante, vulgo “Ualan”, Raimundo Nonato Nascimento Cavalcante, vulgo “Peteca”, e Gerson Feitosa Ferreira Júnior foram julgados pelo crime de homicídio qualificado.

Ao menos oito testemunhas foram ouvidas durante o julgamento, além dos réus.

Em setembro de 2021, a Justiça aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Acre (MP-AC). Além dos três que vão à júri, Clodoaldo Bruno de Oliveira, vulgo “Bocão”, também foi denunciado, mas estava foragido até o dia 22 de dezembro do ano passado, quando foi capturado pela Polícia Civil na zona rural de Feijó, durante cumprimento de mandado de prisão. Por conta disso, o processo dele chegou a ficar suspenso e foi desmembrado.

De acordo com o processo, Clodoaldo Bruno, Hualeson Pereira Cavalcante, Raimundo Nonato Nascimento Cavalcante e um adolescente de 17 anos estavam em um carro conduzido por Gerson Feitosa Ferreira Júnior, quando decidiram matar o pastor.

O júri de Gerson Feitosa Ferreira Júnior chegou a ser marcado em novembro do ano passado, mas após pedido do Ministério Público do Acre (MP-AC), a 1ª Vara do Tribunal do Júri adiou o julgamento dele e remarcou junto com os demais réus.

Local onde o pastor estava quando aconteceu o arrastão — Foto: Reprodução

Crime

O pastor e colono Raimundo de Araújo Costa, de 62 anos, foi assassinado com um tiro ao ter a propriedade invadida na noite de 9 de abril de 2021. Os suspeitos do homicídio fizeram um arrastão e roubaram diversos moradores.

A ação criminosa teria se estendido por dois dias. Um motorista de aplicativo foi preso na entrada do Ramal Macarajuba, no km 68 da rodovia. A polícia conseguiu ainda recuperar alguns bens roubados durante o arrastão.

Segundo a polícia, o grupo de criminosos fez 25 pessoas reféns em uma propriedade da Estrada Transacreana. Os bandidos levaram motocicletas, dinheiro, roupas, gerador de energia, eletrodomésticos, rifle de pressão, celulares, roçadeiras e armas.

Por g1 AC