O Ministério Público do Acre (MP-AC) emitiu uma recomendação ao Hospital Santa Juliana e à Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, para a adoção de medidas para evitar a morte prematura de bebês por negligência médica. O documento é assinado pela promotora Patrícia Paula dos Santos, da 2ª Promotoria Especializada de Defesa da Saúde e foi publicado nessa quinta-feira (13).
A recomendação cita um grande número de casos de morte de recém-nascidos por erros na prática médica, além de denúncias de que médicos residentes estariam realizando procedimentos sem supervisão, o que é proibido.
A promotora explicou ao g1 que ainda não tem um número exato de casos desse tipo apurados pelo MP, mas que já é possível perceber uma situação alarmante.
“Uma mãe que aguarda nove meses um bebê e recebe um bebê morto por negligência de profissionais da saúde, isso não pode ocorrer”, destacou.
Além de procedimentos inadequados, a recomendação do MP alega que não há fiscalização das escalas nas unidades citadas, “deixando com isso locais importantes descobertos, como por exemplo sala de ultrassom e centro cirúrgico, fazendo com que ocorra erro médico por imperícia”.
A diretora da Maternidade Bárbara Heliodora, Carina Hechenberger, informou que ainda não teve acesso às recomendações, mas negou que residentes atendam sem supervisão na unidade.
“Infelizmente, o óbito de prematuros é uma realidade nacional. Na Maternidade temos uma comissão de investigação dos óbitos infantis e maternos. Teremos, inclusive, uma formação e atualização dos profissionais que atuam com a investigação. Todos os casos passam por essa comissão e são notificados para a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre). Respondendo a partir de 2023, quando chegamos aqui, não foi identificado nenhum caso que tenha indícios de negligência”, ressaltou.
Já a administração do Hospital Santa Juliana informou que não recebeu as recomendações e no momento não tem nada a declarar.
Por Victor Lebre, g1 AC